BNCC: qual é o papel do gestor escolar na implementação da Base?
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) está batendo na porta das escolas brasileiras e com ela vem os cuidados para uma boa implementação. E para trazer sucesso e bons frutos para escolas, professores, pais e, acima de tudo, os alunos, qual o papel do gestor escolar nesse momento?
No contexto da educação brasileira, é possível que as mudanças propostas pela BNCC possam resultar em melhores práticas, mas para isso é preciso que todos os envolvidos desenvolvem suas partes.
Ou seja, um dos importantes passos a ser pensado em primeiro lugar é o papel do gestor escolar e como ele irá adaptar a sua escola à nova proposta pedagógica.
A liderança escolar deve adequar a sua instituição a partir do projeto político pedagógico, que deverá estar alinhado às diretrizes da BNCC.
O gestor escolar deve refletir sobre que aluno deseja formar, qual ambiente pedagógico deseja construir e buscar sempre essa resposta no planejamento de cada aula.
E assim como qualquer adaptação, o gestor deve ter em mente que os objetivos serão alcançados preparando cotidianamente seus professores, comunicando adequadamente aos pais e acompanhando os resultados com seus alunos, planejando e replanejando a cada avaliação feita.
Sabe a importância do bom relacionamento entre professores e seus coordenadores? Pois bem, além de diversos benefícios, um deles é priorizar o melhor que a escola pode oferecer para o aluno.
Como primeiro passo, é muito importante que o gestor comece a aplicação do projeto conhecendo bem o documento da BNCC.
Principalmente pela razão de que a base traz novos desafios como a forma de passar ensinamentos, o que exige também a reeducação dos próprios professores e coordenadores.
O papel do gestor escolar é entender que não é apenas uma leitura aprofundada e atenta da BNCC que vai ajudá-lo a medir os desdobramentos e impactos em cada disciplina e série.
E sim saber que haverá uma adaptação geral, com desafios tanto para a instituição quanto para os alunos.
Ainda no momento inicial, o gestor pode montar grupos de estudos com professores, envolvendo todos nas tomadas de decisões e, assim, planejando coletivamente.
Desse modo, o projeto de implementação da BNCC ganhará força e forma, além de ter a consciência de que todos realmente fizeram parte do processo – um verdadeiro trabalho coletivo.
Ao se comprometer com uma visão do aprendizado do século 21 na reforma educacional, é fundamental apoiar os professores no domínio das competências que garantem resultados de aprendizado de alta qualidade.
Professores atualizados aplicam as habilidades do século 21 em áreas de conteúdo e implementam métodos de aprendizado inovadores que integram o uso de tecnologias e abordagens baseadas em questionamentos e projetos, o que a BNCC propõe.
Em vez das fraquezas dos alunos, os professores qualificados concentram-se nos pontos fortes e nas possibilidades dos alunos e têm um rico conjunto de ferramentas para personalizar e facilitar o processo de aprendizagem.
Desta forma, a chave para uma mudança educacional bem-sucedida é vincular dois conjuntos de estratégias: desenvolvimento do professor e desenvolvimento da escola.
Isso muda radicalmente o papel do gestor escolar. A liderança escolar eficaz é cada vez mais vista como estratégia para a reforma da educação em grande escala.
É um trabalho mútuo e que deve partir do gestor criar esse ambiente coletivo. Afinal, é uma fase de testes para todos os envolvidos e é normal que todos estejam ansiosos e com alguns receios.
Além disso, o gestor pode buscar inspirações em casos reais e pesquisas sobre métodos pedagógicos em voga.
Metodologia ativa, Movimento Maker e abordagem de habilidades socioemocionais, pensamento crítico e até mesmo a gestão democrática são alguns dos exemplos que podem ser considerados para embasar o processo da implementação e aprimoramento dos próprios professores.
Sem muita demora, é importante também envolver pais e alunos no processo.
A escola deve estimular a presença e participação de todos em reuniões, workshops e outros eventos que a instituição pode promover para esclarecer o processo de adaptação.
É importante que todos percebam que o processo de implementação da BNCC é muito mais do que um documento e sim uma reforma profunda no jeito de ensinar.
Percorrer esse caminho com segurança é saber que muitas ações devem ser pensadas não para resolver somente problemas de agora, mas principalmente para criar uma base sólida e sustentável que formule um modelo consistente e que responda as necessidades dos alunos.
Educar mais e melhor.
Umas das grandes dificuldades atuais enfrentadas pela educação brasileira está na perspectiva da gestão do currículo, na gestão da aprendizagem e na gestão da avaliação.
Sem atualizações e se acomodar apenas em modelos tradicionais pode ser visto como estar estagnado e não saber olhar para as mudanças e oferecer oportunidades.
Pois bem, o desafio de implementar a BNCC está posto. Agora é hora de pensar estrategicamente e desencadear maneiras para garantir o sucesso dessa implementação em nossas escolas.
Não existe uma fórmula para o sucesso, mas o planejamento é o começo para um caminho vitorioso. Vale ser prudente com a mudança, mas também não demore para mudar, pois assim pode-se perder grandes oportunidades.
Por isso, o papel do gestor escolar neste processor é criar a visão, motivar e inspirar seus funcionários e alunos a altos níveis de realização.
Em seu papel crítico como líderes instrucionais, o gestor estabelece metas, monitora o ensino e o aprendizado, analisa e usa dados para planejamento e melhoria, implementa treinamento e fornece feedback para o crescimento de suas equipes de forma contínua e regular.
É saber, de acordo com o perfil da sua escola, quais métodos abordar primeiro e quais ensinamentos terão mais dificuldades de aplicar.
Qual tecnologia será mais fácil de adotar com o que a escola já possuiu de suprimento e qual deve investir para projetos futuros.
Olhar para a sua escola e dela entender o que deve ser feito, como e por onde começar. É preciso se perguntar: “Quais são as competências da BNCC e como posso aplicá-las na minha escola?”.
Não adianta querer abraçar todas as mudanças de uma vez só. É com passos pequenos e seguros que construímos o caminho para o sucesso.
Vamos refletir nas melhores maneiras de implementar a BNCC nas nossas escolas?
Dinalva Pereira Vitório Cavalcante
17/julho/2018 @ 14:23
Boa tarde!
Não vejo o gestor como o único e principal responsável pela melhoria do ensino-aprendizagem. O olhar atento do gestor tem sua relevância mas, é necessário o envolvimento de todos da escola. Gestão democrática se faz com a participação de todos. O gestor tem aí um papel de mediador e não pode ser considerado o o responsável direto.
Claudeni Passos de Carvalho
17/julho/2018 @ 14:19
Li a matéria e vi o quanto o gestor está em evidência, como sendo ele o principal na escola. Creio que o gestor tem sim que tomar a iniciativa afinal ele é o líder, mas tudo que o fizer deve ser em conjunto com toda sua equipe. Ele precisa ter uma visão geral do que acontece dentro e fora da sala de aula para que possa orientar e sugerir juntamente com a coordenação. Acredito que se os professores não concentrarem no que se chama “fraquezas”dos alunos, eles estariam ferindo o princípio da avaliação. É necessário sim que os professores valorizem e dê seguimento nós pontos fortes e nas possibilidades dos alunos mas que não deixem pra trás os que sabem menos, afinal eles precisam avançar.
Sou gestora de uma escola.
Laila
17/julho/2018 @ 12:08
A maioria dos gestores só se preocupam com o ” poder” do cargo, quantos desses nem conhecem os alunos, mal sabem o que se passa na sala de aula. Enquanto alguém de coragem não fazer uma baita reforma na educação onde o investimento seja feito de forma correta, as salas tenham um número reduzido de alunos, professores bem preparados etc. Aí sim podemos falar em BNCC, do contrário é só mais um documento pra desviar o foco do real problema.
Rosita H S Pereira
17/julho/2018 @ 11:02
Penso que muita gente desconhece a dura realidade das escolas, sucateadas, sem apoio da família (que está pedindo socorro), profissionais sem valorização, etc. As escolas precisam organizar quermesses, eventos visando juntar dinheiro porque as verbas não são suficientes… Em meio a tudo isso precisa cuidar da aprendizagem do aluno que é o principal. Falar em educação é fácil, difícil é fazer educação em meio ao atual contexto social.
Heda Raupp
26/junho/2019 @ 22:22
Perfeito, Rosita! Penso o mesmo! Quando se fala em tecnologiaa, sinto que é voltado para uma escola particular, pois a pública, muitas vezes, nem papel tem para um trabalho. Sequer sabemos o que é sala climatizada, ambiente adequado para o desenvolvimento da aprendizagem…
Julia
17/julho/2018 @ 11:00
Bom dia, realmente a escola é um conjunto e devemos nos focar no alvo principal que são os educandos.Somos e fazemos parte de uma equipe e podemos melhorar sem intermédios de indicadores ou pessoas que só pensam em si .
Jociane Costa
17/julho/2018 @ 08:57
Bom dia a todos,. Creio que nos comentários as expressões ponto forte se sobrepôs a ponto fraco, acredito que somos feitos de ambos e que nesse processo o termo adequado seria trabalhar as habilidades, que também serão diversas e na tentativa de melhorar a qualidade da educação será realmente um trabalho conjunto de gestores e coordenadores e professores, principalmente auxiliar no desenvolvimento de projetos juntos aos professores e, pois são eles que efetivamente estão em sala e conhecem as realidades ali presentes.
paulo henrique areias mendes
17/julho/2018 @ 08:18
“Em vez das fraquezas dos alunos, os professores qualificados concentram-se nos pontos fortes e nas possibilidades dos alunos e têm um rico conjunto de ferramentas para personalizar e facilitar o processo de aprendizagem.”
Ora que gestor será esse que ignora seus pontos fracos. Um aluno com pontos fracos trás muita leitura do próprio resultado do processo de ensino e aprendizagem. Ou será que gestor bom é aquele que tem olhar somente para os bons? Francamente que visão de gestão mais positivista e capitalista!
Antonio José Gomes
17/julho/2018 @ 04:12
Gestor de uma escola pode ser escolhido por indicação política ou apenas por concurso público ou votação direta como determina a lei?
O gestor de minha escola não é da área da educação (é zeladora) e foi escolhida por um grupo vencedor das últimas eleições municipais?
Maísa Bonifácio Lima
17/julho/2018 @ 03:51
Um grande absurdo e um grande erro achar que o gestor é o Rei , que o gestor é o grande responsável na aprendizagem dos alunos , um grande equívoco.
Todos na escola são responsáveis, numa gestão democrática e responsável.
Gestor não é Rei !!!!!