Por que seus alunos devem aprender a debater?
Vamos entender o porquê da urgência em preparar os seus alunos para debater e como isso pode ser feito em sala de aula!
No Brasil, o maior tipo de intolerância visto na internet é a política. Um estudo realizado pela plataforma digital Comunica Que Muda mostrou que, durante a análise de mais de 300 mil menções na web, quase 220 mil se referiam aos políticos. Expressões grotescas e xingamentos são algumas das que mais aparecem durante os debates virtuais. Simultaneamente, outro dado expressivo: apenas 8% dos brasileiros têm capacidade de ler e compreender plenamente, de acordo com o estudo “Analfabetismo no mundo do trabalho”, realizado pelo Instituto Paulo Montenegro e a ONG Ação Educativa.
Isso sinaliza uma dificuldade, por parte da população, em discutir assuntos de interesse público sem recorrer a ofensas pessoais. A explicação para tal fato é a pouca familiaridade com áreas como resolução de conflitos e técnicas de argumentação. E começar a trabalhar isso no ensino primário é a melhor forma de preparar os cidadãos para um debate público qualificado. Portanto, desenvolver a capacidade argumentativa e trabalhar formas de desenvolver diálogo devem estar no cronograma pedagógico das escolas. Como podemos fazer isso?
Gerando situações que criem terreno para os alunos debaterem entre si. E isso pode ser iniciado em ocasiões bem simples. Por exemplo: a maior parte da turma quer adiar a prova da semana que vem. Realizar uma reunião com os que concordam com a ideia e com os que se opõe a ela é um gancho para iniciar um debate. O professor atua como mediador durante o processo, conduzindo a conversa. Como lição, uma reflexão de cada um apontando quais benefícios e prejuízos observaram com as duas possibilidades (no caso, adiar ou manter a data do exame).
A política é um tema que coloca ainda mais diretamente em prática essas habilidades. Saber como se organiza o sistema político, o que cada governante faz, o que é um projeto de lei e o que a sociedade tem demandado é uma forma de iniciar conscientização social e aprimorar a capacidade de debater. De forma lúdica, o debate poderia se assemelhar a uma espécie de game.
Vamos supor que seja simulado uma consulta popular. No caso, pode-se levantar o tema “Violência nos jogos e brinquedos infantis: proibir ou não?”. Quem é a favor de armas de brinquedo? Quem não concorda com a violência nas brincadeiras? Como regras do jogo, por assim dizer, não aceitar xingamentos e nem comentários de cunho ofensivo (comentários sobre aparência ou críticas pessoais). Caso o aluno descumpra algum dos itens, não poderá mais participar da decisão. Essa seria uma forma sutil de introduzi-los a possíveis questões referentes à esfera pública (como, por exemplo, o armamento da guarda municipal), despertando, nos pequenos, a capacidade de dialogar.
Seus alunos devem saber como debater, porque, além de desenvolverem o raciocínio lógico (já que debater implica em pensar em problemas e soluções), aprendem a lidar com a pluralidade, elemento central de um sistema democrático. E, claro, fortalecem ainda mais a empatia, crucial para convivermos harmoniosamente. Em um momento de polarização, como o nosso, essa questão torna-se ainda mais urgente. Um grande desafio e um grande aprendizado. Vamos replicar essas habilidades cívicas desde cedo? (:
Ana valéria
15/novembro/2017 @ 21:59
Acho interessante que os os alunos aprendam a debater desde cedo,mas confesso que minha preocupação era que isso gerasse um certo conflito ,chegando até mesmo a violência entre eles.Então estava sempre adiando, todas as vezes que pensava em fazer um debate em sala de aula ,mas com essas dicas eu confesso que me sinto mais confiante e preparada para mediar um debate com meus alunos.
Obrigada pelas dicas!
Adriana
15/novembro/2017 @ 18:23
Conteudo muito bom
Bernadete Valadares
14/novembro/2017 @ 22:55
Excelente sugestão! Faço sempre debates com meus alunos e participo de uma ONG que realiza Encontros de Valor, onde lemos trechos dos livros Geração de Valor 1, 2, e 3 e começamos uma conversa, na qual cada um defende o seu ponto de vista e/ou acrescenta algo à visão do autor. Acho muito produtivo e enriquecedor tudo isso!
A sugestão de vocês poderá abrir novos caminhos para a formação de uma geração protagonista, que não segue o bando sem saber o que realmente busca! Parabéns!
Isso me deixa esperançosa! Isso me faz mais feliz!…