Notas baixas: o que mudou no século XXI?
Século XIX. Cenário na escola: Quadro negro, professores com giz na mão e alunos em carteiras copiando tudo. Método de avaliação: provas – memorização de conteúdos, foco em datas específicas. Formas de obter conteúdo: Biblioteca, livros didáticos e professor. Tecnologia minimamente presente.
Pula para o século XXI. Lousa interativa, iPads, smartphones. Biblioteca torna-se secundária; o google passa a ser referência de pesquisa para o aluno. Informação descentralizada: professor não é mais detentor absoluto do conhecimento; alunos podem contestá-lo a qualquer momento. Tecnologia onipresente.
Épocas diferentes, mas os métodos de avaliação continuam semelhantes. Nesse contexto, como interpretar as notas baixas? De que forma lidar com esses resultados?
Antigamente, o QI era a única forma de avaliar as habilidades do aluno. Então, nota baixa era vista como, praticamente, sinônimo de baixa capacidade – a forma de pensar inteligência e rendimento era uma só. A partir de meados do século XX, estudos revolucionários, como o do psicólogo Howard Gardner, detectaram a existência de múltiplas inteligências, o que nos fez reavaliar não só a forma de interpretar a nota baixa, como também o jeito de lidar com isso.
Primeiro, precisamos reconhecer que estamos numa época de bombardeio de estímulos, o que afeta diretamente nossa concentração – e sabemos como esta é crucial no processo de aprendizagem. Segundo, é necessário levar em conta o raciocínio crítico do aluno em relação ao que é proposto. Já pensou que numa resposta ele raciocinou de forma avançada, olhando além do que foi pedido? Claro, a prova existe, entre outras razões, para otimizar a avaliação dos alunos. Mas certas vezes a padronização de respostas pode limitar a forma de olhar a singularidade de cada estudante. Terceiro, e não menos importante: problemas de ordem emocional podem influenciar nossa capacidade cognitiva. Conversar com o aluno, buscando entender se há outros fatores além da disciplina influenciando sobre seu desempenho é essencial para reverter a situação.
A forma de encarar notas baixas atualmente requer autocrítica, tanto por parte do aluno quanto do próprio professor. Ao professor, cabe a humildade de se questionar sobre a eficiência da sua didática. Ao aluno, cabe a maturidade para refletir sobre seu foco e esforço. Um diálogo leve entre ambas as partes facilita uma visão clara quanto à questão, possibilitando a criação de uma estratégia para combater a dificuldade.
Como bem sabemos, a comunicação é uma das principais competências do século XXI. Começar com ela é um atalho rápido para encontrar a melhor solução deste problema. Tente isso com seus alunos! 🙂
Tânia Regina Fraga Pereira
12/setembro/2017 @ 00:49
Em nossa escola também o comportamento apático dos alunos frente aos resultados com notas baixas é preocupante. Apesar de se ofertar diferentes instrumentos e técnicas para avaliações a maioria não demostra interesse nem mesmo nas recuperações. Passam a impressão da certeza de que não precisam fazer ou saber nada.. porque não dá nada não fazer nada… Há um desestímulo presente no comportamento deles, muitas vezes causado pela ausência da família no acompanhamento da vida escolar do aluno.
Cleide
26/agosto/2017 @ 20:08
Vivo o dilema da colega anterior. Procuro o máximo de recurso que temos na escola. Tento ser amiga tornar o conhecimento mais próximo deles, mas a família e os próprios alunos estão muito distante não tem a mínima curiosidade de aprender.
Franciane Costa
25/agosto/2017 @ 20:06
Vivo em um dilema parecido com esse, o resultado final das avaliações, pois utilizo a criatividade, busco o universo da fantasia e recursos lúdicos e tecnológicos aproveito na coerência as respostas dos alunos nos instrumentos avaliativos, porém percebo que a grande maioria não tem foco e muito menos ajuda e incentivo da família. Sinto que estão anestesiados, apáticos ou no outro víeis da ansiedade.
Então o que fazer?
Sou uma professora que busco está bem próximo dos meus alunos e alguns resultados as vezes me entristece.