A motivação por trás da desmotivação
João é um aluno do primeiro ano do ensino médio e tem muita dificuldade em física. Se esforça para fazer os exercícios, mas os resultados nunca estão certos. Ao verbalizar suas respostas, a frustração: mais uma vez, não acertou. O professor passa para o próximo aluno, que acerta. Então, dia após dia, o desânimo de João se acentua: “Lá vem mais uma lição, mais um conteúdo que não entendo”, ele pensa. E assim sua motivação para realizar as tarefas de casa chega a 0: “Para quê me esforçar se não obtenho resultados?”.
O caso é fictício, mas representa a realidade de muitos estudantes. Fatores como concentração, foco e resiliência estão, sem dúvida, relacionados a situações desse tipo. Mas, será que a falta de vontade em realizar tarefas escolares se deve apenas à dificuldade de compreender determinada matéria?
Como já falamos aqui, o site “Por Vir” fez uma análise interessante sobre a percepção dos alunos acerca do ambiente escolar. Nela foram detectados três pontos bastante simbólicos:
– Os alunos querem aprender por meio de projetos que envolvam atividades práticas e rodas de conversa;
– 60% dos alunos acreditam que trabalhos, passeios e atividades externas são essenciais;
– 70% dos alunos não tiveram atividades e oficinas culturais na escola;
Complementando os dados acima, a pesquisa “Nossa Escola em (Re)Construção” deste ano apontou que 4 em cada 10 jovens estão satisfeitos com as aulas e materiais pedagógicos e 7 em cada 10 jovens acreditam que a relação dos alunos com a equipe escolar e com seus colegas precisam melhorar. A pesquisa foi feita com 132 mil estudantes entre 13 e 21 anos.
A insatisfação dos alunos com as aulas dadas e o fato da maioria achar necessário mudar as relações interpessoais do ambiente escolar facilitam o entendimento da nossa pergunta inicial. Afinal, se o jovem não vê aplicação prática naquilo que está sendo estudado, como ele se sente motivado a aprender? Quanto à baixa qualidade das relações entre alunos e equipe escolar: qual é o impacto desse ambiente sobre o fluxo de ideias no âmbito acadêmico?
Reconhecer apenas os acertos, sem buscar entender os erros, faz com que o aluno se sinta invisível. E, sem enxergar o próprio potencial, o estudante perde sua motivação – e o professor, sua missão de transformá-lo em um cidadão proativo.
Entender a motivação por trás da desmotivação equivale não só a solucionar um problema, como também transformar sua relação com o aluno. E o poder da empatia, como sabemos, expande potenciais. Experimente! 🙂
Abraços mágicos!
Edgard Guedes Fagundes
31/agosto/2017 @ 18:56
A falta de motivação é uma motivação as avessas. Entender a relação da pratica e os saberes docentes é um bom começo para o entendimento da desmotivação do aluno. Não entendo o trabalho do professor desvinculado do afeto. Isso não quer dizer que ele deve ser negligente, sério e responsável. Perceber quem é seu aluno, respeitá-lo nas suas possibilidades e potencialidades, visando explorar o que há de melhor nele. E se for de “mãos dadas” com os pais e toda a equipe da comunidade escolar melhor.
flavia elisei
04/agosto/2017 @ 16:26
sinto isso como professora e também como mãe.Nossos jovens estão pedindo socorro, é preciso (re) inventar nossas aulas.
Rute Pantoja da Silva
31/julho/2017 @ 11:59
Maravilha ..ideias magníficas.
Carla Mateus
29/julho/2017 @ 21:59
Trabalhamos nessa linha pedagógica e temos visto a transformação dos nossos alunos. Por isso q eu acredito q a educação se resume e amor e sensibilidade .
Ariane da Rosa
28/julho/2017 @ 10:15
Isso é uma realidade muito triste. Mesmo sendo desvalorizados, nós professores sempre temos que fazer o nosso melhor para podermos mudarmos a realidade que se encontra hoje nossa nação.
Ariane da Rosa
28/julho/2017 @ 10:14
Isso é uma realidade muito triste. Mesmo sendo das valorizados nós professores sempre temos que fazer o nosso melhor para podermos mudarmos a realidade que se encontra hoje nossa nação.