“Meu filho tem autismo”: como uma família contou sobre o diagnóstico para uma criança
Meu filho tem autismo. E agora?
Essa é a pergunta que ecoa na cabeça de muitos responsáveis depois de receber o diagnóstico da criança. Embora cheio de dúvidas e inseguranças, esse processo pode ser mais leve.
Por isso, trouxemos a história de Vitória, ou Vivi, que recebeu o diagnóstico de autismo de sua família através de um livro. Continue lendo para ficar por dentro desse caso! ✨
Dando o diagnóstico
Vivi tem 7 anos de idade e foi diagnosticada com autismo e TDAH. Na escola, ela enfrentava algumas dificuldades para se concentrar, ficava incomodada com o excesso de barulho e não entendia o motivo de ficar irritada às vezes.
Esses são alguns dos sintomas mais comuns do autismo e do TDAH, que geralmente são notados na infância. Depois que Vivi foi diagnosticada por especialistas, Eliane, a mãe de Vivi, disse que tudo ficou mais fácil.
Para simplificar a conversa sobre o diagnóstico e torná-la mais simples para a compreensão, sua família decidiu usar uma abordagem mais lúdica: escreveram um livro.
A ideia surgiu de Brenda, a irmã mais velha de Vivi, que contou que elas sempre gostaram de ler e contar histórias antes de dormir.
Portanto, enquanto pensavam em alternativas de como abordar o diagnóstico para Vivi, pensou: “por que não criar uma história para ela?“.
“A unicórnio de traços azuis”: a história de Star
E foi a partir desse pensamento que nasceu a ideia de escrever “A unicórnio de traços azuis”.
O livro conta a história de Star, personagem autista e que tem TDAH, que encontra alguns desafios no seu caminho. Porém, consegue superá-los ao se entender e compreender suas dificuldades e limitações.
Antes de seu lançamento pela Estante Mágica, a obra foi escrita em folhas A4 pela própria família. E desde esse momento, já contava com diversas ilustrações de Vivi, que sonha em se artista.
Eliane conta como foi a recepção da filha com o livro:
No final, ela conseguiu compreender. Quando chegamos na última página, ela perguntou: “Se ela é assim e é autista, eu também sou?”
Por conta da história, a família não precisou explicar para Vivi que ela era autista – o livro contou por si só. Eles apenas conversaram sobre o que significava ter autismo e seus desafios.
Sendo assim, o livro facilitou o entendimento da criança sobre suas dificuldades e trouxe algumas formas de lidar com elas.
Leia também: Como se aproximar de uma criança com autismo?
“Meu filho tem autismo”: a importância da família
Para Eliane e Brenda, a família faz total diferença na vida de uma criança. Elas afirmam que toda criança precisa saber de seu diagnóstico e se identificar com o que foi dito.
Isso porque precisam conhecer suas limitações e tudo o que podem e precisam aprender sobre si mesmas.
Eliane reforça que o diagnóstico do autismo precoce é mais fácil de abordar e trabalhar para contornar as adversidades. Elas contam que o pai de Vivi foi diagnosticado tardiamente e só agora consegue se compreender.
A mãe comenta que ele sente falta de ter tido terapia e outros tipos de apoio durante boa parte de sua vida.
Portanto, o diagnóstico tardio impossibilita muitas coisas e dificulta o trabalho de conscientização sobre o autismo.
Se você notou alguns dos sintomas e se pergunta “será que meu filho tem autismo?”, não hesite em procurar um profissional para o diagnóstico!
Leia também: Sintomas de autismo: como os pais podem identificar os primeiros sinais?
Conscientização na escola
Sabemos que o momento de pós diagnóstico em que muitos responsáveis se perguntam “Meu filho tem autismo. E agora?” pode ser complicado.
E não foi diferente com Eliane, Brenda e Vivi. A mãe conta que, a princípio, teve muito medo das dificuldades que a filha pudesse vivenciar.
Depois que Vivi se identificou com o livro, ficou mais fácil dela se entender. Anteriormente, quando ela não gostava de algo, ficava bastante irritada. Agora, Vivi compreende a situação e sua irritabilidade e sabe como contornar a situação da melhor maneira.
Além disso, a criança já escreveu um outro livro contando sobre seus desafios vivenciados na escola (e já planeja escrever um terceiro!).
E esse primeiro volume ajudou seus colegas a compreenderem mais sobre o autismo e as dificuldades que Vivi enfrentava. Isso porque a professora da escola leu a história para toda a turma, que se sensibilizou com a colega.
Eliane conta que sua filha não conseguia guardar os próprios materiais no final da aula, mas que, agora, com a ajuda dos colegas, ficou mais fácil.
Então, Vivi e a sua família notaram várias diferenças no comportamento dos colegas de sala. Porque às vezes é inevitável que os sons e barulhos altos saiam de controle.
E as outras crianças entenderam que isso pode prejudicar Vivi e eles mesmos pedem silêncio e para que falem mais baixo, em respeito à colega.
Brenda diz que tanto o primeiro quanto o segundo volume da história de Vivi foram lidos em sala de aula em uma ação de conscientização da escola.
Os colegas já tiveram esse contato [com a história]. Então, eles ajudam quando ela não consegue fazer uma atividade. Eles explicam mais de uma vez e explicam de uma maneira que ela vai conseguir entender.
Dessa forma, as atitudes surpreenderam muito a família, que tinha medo que Vivi não fosse compreendida e acolhida fora de sua casa.
Mas o livro escrito ajudou até mesmo os colegas de classe, que agora entendem mais um pouco de Vivi e sua história.
Conclusão
Viu só como uma única história pode mudar a vida de uma criança?
Vivi é um exemplo de vários outros momentos muito especiais que encontramos aqui na Estante Mágica. Então, se quiser conhecê-la melhor, pode acompanhá-la em suas redes sociais.
E, se você quer aplicar a sua escola para fazer parte, é muito fácil! Basta clicar aqui.