Método Fônico de Alfabetização: é o melhor sistema?
Após a Política Nacional de Alfabetização ser lançada pelo governo federal, os sistemas de aprendizagem entraram em uma nova discussão. Entenda como o método fônico funciona e se deve ou não ser priorizado.
Em abril de 2019, o governo federal assinou o decreto da Política Nacional de Alfabetização (PNA), que destaca o método fônico como principal sistema no processo de alfabetizar.
Além de outras polêmicas – como o uso da palavra literacia ao invés de letramento -, o plano nacional indica uma possível imposição no modo de abordagem do aprendizado.
No decreto, não diz explicitamente que o método deve ser aplicado, entretanto algumas de suas características são destaque no texto, como a instrução fônica sistemática – ensino explícito e sistemático das relações entre os grafemas (letras) e os fonemas (sons).
Além disso, a cartilha que auxilia a implantação da política diz que “a PNA pretende inserir o Brasil no rol de países que escolheram a ciência como fundamento na elaboração de suas políticas públicas de alfabetização”.
Mas não apenas o método fônico de alfabetização se baseia em estudos e evidências. Conheça mais sobre esse método e se ele realmente é a melhor opção a se adotar.
O que é o método fônico?
O método fônico é o sistema que ensina através da associação entre um símbolo (a letra) e um som (fonema).
Assim, a criança desenvolve a construção da palavra a partir do reconhecimento do som de cada letra e da mistura dos grafemas e dos fonemas em conjunto para completar a sua pronúncia.
A partir disso, é possível trabalhar a consciência fonológica do aluno.
Uma vez que a metodologia foca em processos fonéticos e destaca a palavra de algum contexto, especialistas afirmam que essa pode ser uma forma mecânica de se alfabetizar.
O método fônico de alfabetização, segundo eles, priorizaria a repetição e não o raciocínio. Os seus princípios, que estão descritos no Plano Nacional de Alfabetização, são os seguintes:
- consciência fonêmica: essa etapa constitui no conhecimento dos menores símbolos fonológicos da fala e a aptidão de manipulá-los intencionalmente.
- instrução fônica sistemática: ensino explícito e organizado da mistura entre os grafemas da linguagem escrita e os fonemas da linguagem falada.
- fluência em leitura oral;
- desenvolvimento de vocabulário;
- compreensão de textos;
- produção de escrita.
Qual a diferença entre o método fônico e o construtivista?
O método construtivista acredita que deve-se considerar a construção do aprendizado, ou seja, antes de pensar nos símbolos e fonemas, o aprendizado começa nos textos e nas experiências.
A partir dessas funções da linguagem e dos seus contextos é que começa a se entender as palavras, as letras e os sons.
Influenciada pelas técnicas de Jean Piaget, essa metodologia se baseia no entendimento de como se desenvolve as etapas de inteligência do sujeito, a sua construção individual e sua relação com o meio.
Seus especialista defendem que a criança deve, desde pequena, ser inserida no mundo da leitura e da escrita para que isso traga um significado, antes mesmo de saber decodificar as letras.
O método teria como princípio o protagonismo do aluno, respeitando seu amadurecimento e construindo o conhecimento de forma gradual.
O método fônico de alfabetização já teria o viés diferente, sua prioridade é apresentar as letras e seus fonemas primeiramente.
Entretanto, o seu significado não seria uma prioridade, visto que o método de ensino separa as palavras de algum contexto.
Afinal, qual método é o melhor?
A maioria dos especialistas é a favor da alternativa metodológica que convenha melhor à turma, a partir da percepção do professor.
Seja o sistema para unificar o método fônico e construtivista ou apenas um deles, a escolha vai da avaliação pedagógica para encontrar o melhor momento para utilizá-los.
Essa estratégia oferece autonomia ao professor para uso dos métodos, de acordo com o que melhor conversar com a sua turma e entendendo o contexto de cada aluno.
Entretanto, caso o seu estado ou município venha a aderir ao Plano Nacional de Alfabetização, é provável que aconteça uma revisão do currículo junto à BNCC.
E você? Qual método utiliza com seus alunos? Deixe seu comentário aqui embaixo!