Por que a inteligência emocional dos pais afeta o desenvolvimento da criança?
Texto original publicado em 14/11/18 e atualizado em 25/02/25.
A inteligência emocional dos pais é um fator essencial para o desenvolvimento infantil.
As crianças absorvem e reproduzem os exemplos que observam no dia a dia. E por isso, o ambiente familiar tem um impacto direto na construção de suas habilidades emocionais.
Neste texto, vamos entender essa influência e compartilhar dicas práticas para que os responsáveis possam aprimorar suas próprias habilidades emocionais. E, dessa forma, contribuir positivamente para a educação dos pequenos.
A influência da inteligência emocional na parentalidade
Primeiramente, precisamos reconhecer que muitas características dos pais são importantes e influenciam na educação dos seus filhos. Nesse contexto, uma das mais importantes é a própria inteligência emocional dos responsáveis.
Assim como as habilidades emocionais são essenciais para a formação da criança, a de seus cuidadores podem influenciar diretamente no desenvolvimento da mesma.
De acordo com Daniel Goleman, autor do livro Inteligência Emocional, tal inteligência é a capacidade de identificar, avaliar e controlar as próprias emoções. Bem como as emoções dos outros e as dos grupos.
E sendo assim, podemos encarar que a vida em família é a nossa primeira escola para o aprendizado emocional, certo?
Ou seja: é muito importante ter a consciência de como as experiências familiares influenciam os filhos e quais as melhores ações para agir em conformidade com elas.
Portanto, a inteligência emocional dos pais, que são essas figuras de referência na verdade tende a prever a inteligência emocional do seu filho. E, por consequência, sugerir que esse traço pode ser passado através das gerações.
Isso significa algo para a família – e para as pessoas que ainda não são pais e mães. Então, se você deseja criar filhos com boas habilidades emocionais, é melhor se concentrar em seu próprio desenvolvimento primeiro! 😉
O papel dos responsáveis como modelo emocional
Esse papel de responsabilidade ocorre por motivos simples: crianças se espelham em modelos. E os adultos são suas primeiras e principais referências no mundo.
Se um cuidador se descontrola emocionalmente diante de um problema, a criança pode aprender a agir da mesma forma. Por outro lado, se um adulto regular suas emoções de forma positiva, a criança também aprenderá a fazer isso.
Por isso, esse controle é tão importante. Afinal, é ele que define a capacidade de lidar com determinadas situações dos filhos, que, consequentemente, aprenderão com o exemplo.
Desta maneira, é essencial que os familiares tenham – e procurem sempre aperfeiçoar – o autoconhecimento.
Entender e investigar suas emoções, reações e expectativas. Tudo isso torna mais fácil de entender o modo como irá reagir com a criança.
Os neurônios espelho explicam
Em um olhar científico, os neurônios-espelho, por exemplo, podem explicar como as habilidades emocionais afetam o desenvolvimento das crianças. Vamos entender um pouco melhor sobre esse tema.
Os neurônios-espelho nos permitem sentir o que os outros estão sentindo.
Eles são definidos como um conjunto de neurônios no cérebro que disparam não apenas quando você executa uma ação, mas também quando observa alguém realizando uma ação.
Eles desempenham, portanto, um papel importante na conexão entre pais e filhos.
Se um familiar estiver sofrendo de estresse, emoções negativas ou traumas não resolvidos eles podem se manifestar no rosto. E assim, esses sentimentos entrarão em conflito com a mensagem em palavras.
O cérebro capta e registra os sinais emocionais no rosto mais rápido do que pode processar o que uma mãe está dizendo, por exemplo.
Por isso, se os pequenos lerem emoções nas expressões faciais que os colocam em alerta, podem levá-los a responder a essas expressões faciais (e as emoções que elas transmitem) e não ao conteúdo das palavras.
Se os familiares se mantiverem calmos em uma birra, no entanto, podem ajudar os filhos a regular suas próprias emoções. E assim, garantir valores cultivados, ao invés de simplesmente reagir a uma situação estressante.
Afinal de contas, os responsáveis são os maiores exemplos que as crianças têm.
Lembrete: cuidadores que se preocupam com a própria inteligência emocional também fornecem aos filhos a capacidade de identificar o modo como estão se sentindo.
É assim que criamos pessoas capazes de processar sentimentos de maneira saudável e positiva.
Como os responsáveis podem desenvolver sua inteligência emocional?
Como parte do ensino de inteligência emocional, é vital ajudar as crianças além de apenas aprender sobre as emoções que estão sentindo.
Mas também fornecer empatia suficiente para que a criança se sinta confortável em reconhecer e refletir sobre suas emoções.
Validar uma ampla gama de sentimentos em tenra idade pode ajudar muito no desenvolvimento de uma pessoa.
Lembra da possibilidade de exercitar a inteligência emocional através da escrita? Isso pode ser uma atividade estimulada em conjunto na família! 😊
Desta forma, é interessante pensar em como a inteligência emocional dos pais acarreta no modo como a criança é disciplinada.
Ou no modo como desenvolve o tipo de parentalidade adotada – mesmo que de forma inconsciente. Seja ela autoritária, permissiva ou com autoridade.
A maneira como o adulto resolve e lida com o seu autoconhecimento, autogerenciamento e a habilidade de se conviver socialmente reflete no modo como ele espera que a criança se comporte.
Assim, é necessário que aqueles que cuidam entendam que exercer habilidades emocionais é, em grande parte, desenvolver empatia.
Dicas para os responsáveis se trabalharem emocionalmente
Indo pela ótica da disciplina e como eles podem influenciar positivamente os seus filhos, os pais podem começar por pequenos passos.
Para conseguir um bom ajuste entre pais e filhos, é importante que os cuidadores dos menores:
- Estejam cientes do temperamento do filho e respeitem sua singularidade;
- Comuniquem-se com o seu filho, tornando os pontos claros e simples;
- Ouçam seu filho e procurem compreender seu ponto de vista;
- Estabeleçam limites para ajudar seu filho a desenvolver autocontrole;
- Sejam um bom modelo.
Estratégias de fortalecimento da inteligência emocional dos pais
Além das dicas fornecidas no tópico anterior, trabalhar o próprio emocional é fundamental para criar um ambiente mais saudável para a criança.
Aqui estão algumas estratégias para fortalecer a inteligência emocional:
Busque terapia
A psicoterapia pode ajudar a compreender padrões emocionais, resolver traumas e aprimorar a relação com a criança, proporcionando um ambiente mais seguro para todos.
Pratique a autorreflexão
Entender suas próprias reações emocionais ajuda a evitar padrões negativos na criação dos filhos e permite mudanças conscientes na abordagem parental.
Aprenda a gerenciar o estresse
Técnicas como mindfulness, exercícios físicos e respiração consciente são essenciais para manter o equilíbrio emocional e evitar reações impulsivas.
Crie momentos de qualidade com as crianças
Um tempo dedicado ao vínculo fortalece a segurança emocional, melhora a comunicação e reforça o senso de pertencimento.
Busque apoio quando necessário
Contar com amigos, familiares ou grupos de apoio pode ser essencial para lidar com desafios da parentalidade, garantindo uma rede de suporte emocional.
Conclusão
Resumindo: toda mudança começa por nós mesmos. Responsáveis devem olhar atentamente pela sua própria inteligência emocional. Isso é, trabalhar no desenvolvimento ativo da autoconsciência.
Tudo isso influencia na capacidade de prosperar emocionalmente em todas as áreas do desenvolvimento. Isso inclui a saúde mental, acadêmica, social, física e o sistema imunológico.
O bem-estar social e emocional é a base para o desenvolvimento saudável do cérebro. E já que os pais são os primeiros professores da criança, é pertinente que ajudem a desenvolver essas habilidades.
Ser capaz de trabalhar efetivamente essas habilidades está diretamente relacionado não apenas a comportamentos e realizações da infância, mas também ao futuro sucesso de uma pessoa em situações pessoais e coletivas.
Então, o que você pode fazer hoje para melhorar e desenvolver sua inteligência emocional?