Evolução das crianças: como uma escola acelerou a inteligência cognitiva e emocional dos alunos

O objetivo de toda escola é ajudar na evolução das crianças. E a EMEB Jardim Hélio Cazarini contou com a Estante Mágica para acelerar ainda mais esse resultado. A parceria rendeu não só uma evolução na produção escrita de cada estudante, mas também na sua inteligência emocional. Entenda nesta matéria!

5 anos de parceria e mais de 400 crianças escritoras

A oportunidade de tornar os seus alunos escritores foi o que fez Valéria Tavares, professora-coordenadora da EMEB Jardim Hélio Cazarini, se encantar logo à primeira vista com a Estante Mágica.

Sempre incentivando a leitura e escrita, a escola já tinha uma iniciativa bem legal de produção textual. 

Porém, os resultados ficavam apenas nos cadernos e, no máximo, no mural da escola. Então, assim que conheceu a Estante Mágica por meio de uma supervisora, Valéria logo que aderir à experiência:

“Quando eu vi que a Estante dava condições de os meus alunos se tornarem escritores de verdade, eu falei “É a chance!”. E aí, desde 2018, participamos. É sempre muito gratificante, a escola toda participa, os alunos se empenham… o resultado é maravilhoso”, disse.

Não à toa, mais de 400 alunos participaram da iniciativa. Alguns, inicialmente, fizeram histórias coletivas. Depois, houve a evolução das crianças e elas escreveram histórias individuais. 

Outros, inclusive, já estão no Ensino Fundamental 2 – e foram evoluindo no Ensino Fundamental 1 com o apoio da Estante Mágica. 

Desse modo, esses estudantes experientes foram ensinando aos mais novos como criar suas obras.

Em síntese, tudo reforçando uma notável evolução na produção textual  – o maior objetivo de Valéria ao levar a experiência para a sala de aula:

“Antes os textos eram muito simples. Hoje, os alunos colocam tantos detalhes que até precisamos revisar algumas partes para não ficar tanta coisa. E eles mesmos conseguem fazer essa revisão, tirando palavras repetidas e inserindo palavras mais contextualizadas, por exemplo”, afirmou.

Por falar em evolução das crianças, não houve só evolução na escrita durante esses últimos anos: o lado emocional também melhorou graças à produção dos livros autorais.

A escrita literária como forma de superar um luto

Em meio a centenas de histórias incríveis, uma comoveu demais Valéria. 

Foi a de um aluno que havia perdido a irmã num acidente, sem conseguir falar sobre o fato.

Apesar da dificuldade, ao escrever a própria história quis expressar a dor do luto. Talvez, inclusive, numa tentativa de superá-lo – ou pelo menos lidar melhor com ele.

E Valéria, junto às outras professoras, acompanharam, com muita sensibilidade, esse processo difícil.

O aluno optou por fazer um relato da situação, narrando o acidente e a morte trágica da irmã. 

Mas como colocar isso de forma mais suave, de modo a ajudar o pequeno a superar o luto?

A metáfora encontrada pelas professoras foi dizer que, da mesma forma que a irmãzinha dele virou uma estrela. E, da mesma forma que uma estrela, de lá do céu, ela brilhava. Emocionante, né? 💙

Ou seja: o pequeno materializou a irmã numa estrela e, a partir disso, conseguiu contar a história sem o trauma que tinha antes.

“Produzir esse livro o libertou daquela dificuldade que ele tinha de falar sobre o assunto. É uma história que faz todo mundo chorar, não tem como não se emocionar…”, analisou Valéria.

Então, em síntese, a professora entende que a Estante Mágica impactou não só na evolução escolar dos alunos, mas também na evolução emocional deles.

Leia também: Educação socioemocional: como a escrita promove essa aprendizagem

Os principais benefícios da Estante Mágica, na visão da professora

Valéria resumiu os principais benefícios da Estante Mágica em duas frentes: engajamento dos familiares e melhora na produção escrita dos alunos.

Os familiares, na visão da professora, passaram a valorizar mais o trabalho desenvolvido na escola a partir da iniciativa:

“Antes, o trabalho era feito, mas não tinha essa dimensão que tem agora. Hoje, os responsáveis entendem que é importante a criança estar na escola, pois viram que as crianças evoluíram”, falou.

De forma resumida, para Valéria o maior benefício foi ver as crianças crescerem, virando escritoras, e a família valorizando o trabalho da escola.

Educação financeira e apadrinhamento para financiar cada livro

Um outro propósito forte da Valéria, ao aplicar a Estante Mágica, foi garantir que cada criança ganhasse o próprio livro impresso.

Isso porque, por a escola ser de periferia, muitas famílias provavelmente não teriam recursos para comprar os exemplares das crianças.

Portanto, para evitar o problema, ela apostou em duas iniciativas: apadrinhamento mágico e educação financeira.

O apadrinhamento mágico consiste em buscar padrinhos mágicos (ou seja, voluntários) para financiar o livro de quem não tem condições financeiras para comprá-lo.

Para a professora, foi possível encontrar esses padrinhos em sua própria rede de amigos, inclusive. 

Então, ela faz um levantamento de quem não tem condições de comprar o exemplar e aí convidou as pessoas para financiarem essas obras.

Já a iniciativa da educação financeira foi uma conscientização do tema entre os alunos. 

E, como resultado bem-sucedido da educação em sala de aula, foi gerado um cofrinho que ajudou a financiar os livros. 

Cada criança foi colocando moedinhas, o que gerou renda suficiente para garantir os exemplares. Sensacional, né?

Leia também: Precisa de apoio financeiro para a compra dos livros na Estante Mágica? Leia essa matéria!

A evolução do corpo docente: diferencial e mais engajamento

Além do crescimento dos alunos, houve algum impacto da Estante Mágica na rotina da professora? Valéria responde que sim:

“Passei a me empenhar mais no incentivo à leitura, até mesmo na parte artística. Antes, as aulas de arte ficavam mais à parte. Agora, não. Os alunos evoluíram muito, foram de um desenho “bobo” para um desenho mais estruturado”, revelou.

Esse amadurecimento, inclusive, trouxe uma grande responsabilidade para as turmas: gerar um desenho para ser estampado na camisa da escola.

Há um concurso chamado “Camiseta Estante Mágica”, que será disputado por 5 turmas (representadas por 5 desenhos).

E aí uma comissão irá escolher o desenho que melhor o tema deste ano da escola – que estampará as camisas:

“Muita coisa mudou, principalmente a visibilidade que ganhei. Hoje, me reconhecem na rua por conta da iniciativa. E me deixa muito feliz ver que a minha escola, que é de periferia, ganhou um espaço. Ganhou um diferencial com a Estante Mágica”, comemorou.

Por falar em visibilidade, a parceria com a Estante Mágica rendeu uma reportagem pra lá de especial. Confira só neste link!

Inscrições para aplicar a Estante Mágica

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