Disciplina positiva: desafios e benefícios
Imagine a seguinte cena: você está na rua e seu filho ou aluno não para de chorar porque não tem o brinquedo da vitrine. Na primeira vez, você fala gentilmente. Na outra, você altera seu tom de voz e dá o ultimato: “Se continuar, vai ficar de castigo!”. Essa situação soa familiar, certo? É por isso que surgiu a chamada disciplina positiva, que propõe um meio termo entre o método rígido e o método permissivo para educar as crianças. De forma bastante resumida: a proposta é educar com firmeza e gentileza. Mas como seria isso na prática?
Disciplinar mostrando empatia e, ao mesmo tempo, sabendo dizer não. Um exemplo: a criança quer comer sobremesa antes da janta. Você diz que não é a hora, mas ela insiste. Então, você dá a ela a opção de escolher alguma fruta (uma maçã ou uma banana) antes da refeição para tentar amenizar o desejo. Você foi para o lado positivo e propôs uma solução, levando em conta a necessidade da criança – mas, ao mesmo tempo, não suspendeu as “regras”.
Claro que, na prática, isso não é fácil. Afinal de contas, todos temos dias em que estamos mais irritados e impacientes – e é nesses momentos que a disciplina positiva é ainda mais complicada de ser colocada em prática. Mas o esforço é essencial. Uma sugestão bacana, que foi dada por uma mãe, é trabalhar com elásticos para observar as nossas atitudes. Coloque 3 em seu pulso e, a cada vez que você perder a paciência, tire um. Caso contrário, recupere um. É um mecanismo de autocontrole que te possibilita repensar certas condutas durante o dia e te ajuda a recuperar a serenidade em momentos de muito estresse.
Jane Nelsen, uma das maiores referências da disciplina positiva, disse o seguinte: “De onde tiramos a absurda ideia de que para levar a criança a agir melhor precisamos, antes, fazê-la se sentir pior?”. É o mesmo conosco: você, de fato, se sente estimulado a fazer algo quando é tratado de forma grosseira? A neurociência tem mostrado estudos em relação a isso. Quando somos atacados, tendemos a agir defensivamente. Isso atrapalha a resolução do conflito e nos impede de raciocinar de forma mais ponderada.
Ao contrário do que alguns pensam, disciplina positiva não se trata de permitir que a criança faça de tudo. E também não significa uma receita para acabar com aquele choro indevido ou aquela birra intensa. A disciplina positiva trabalha conceitos de inteligência emocional, como autocontrole, empatia e compaixão. Requer resiliência e prática intensa. Trabalhar com essa disciplina é uma forma de aprimorar a si mesmo e o seu pequeno.
Vamos tentar o desafio? 🙂
Jose Cleudes
09/novembro/2017 @ 09:37
Trabalhamos com turmas heterogêneas com crianças de camadas sociais de baixa renda e com distintas situações familiar e isso constitui um grande desafio para nossa escola trabalhar com essa diversidade cultural. Esses artigos de vocês nos dão embasamento teórico-prático para lidarmos com essas diferenças comportamentais.
andreia damasceno
01/novembro/2017 @ 07:16
Já estou providenciando meus elásticos.. .Precisamos ser mais flexíveis sem perder autoridade e firmeza. Termos autocontrole para educarmos nossos filho é um bom exercício. Grata pela dica!
Elaine Soares Santos Silva
31/outubro/2017 @ 22:47
gosto do modo de soluções que vcs apresentam,as ideias são ótimas.SE pudessem me mandar atividades também que ajudassem resolver essas situações em sala de aulas que professores tem que trabalhar como exemplo:alunos que esta no 3 ano do fundamental e ainda não sabem ler.
Silviamariacastropaula
31/outubro/2017 @ 21:27
Gostei muito do modo como vocês mostram como agir nessa hora tão difícil de controlar a situacao
Adriana
31/outubro/2017 @ 17:45
Muito boas as dicas
Herbene Lima
31/outubro/2017 @ 16:42
De fato essa situação é complicada ainda mais quando eles ganham o apoio dos avós…
Adriana
30/outubro/2017 @ 21:02
Amo os artigos de vocês