Dia da Consciência Negra: 6 atividades educacionais para novembro
Novembro chega lembrando que ensinar é também reconstruir olhares. O Dia da Consciência Negra não é apenas uma data, mas uma oportunidade para educadores promoverem conversas, descobertas e pertencimento.
Mais do que uma celebração, é um convite à prática contínua da educação antirracista, feita de escuta, acolhimento e curiosidade.
Por isso, separamos seis atividades educativas para realizar durante o mês e, quem sabe, inspirar ações que durem o ano inteiro.
1. Use livros como ferramenta de autoconhecimento
Os livros têm o poder de abrir janelas para novos reconhecimentos.
A dica é: escolha histórias com protagonistas negros, como O cabelo de Lelê ou Amoras, e leia em roda com as crianças. Em seguida, distribua espelhos e pergunte: o que você mais gosta em si?
Cada aluno pode desenhar seu autorretrato e completar a frase: “Eu sou bonito(a) porque…”.
Depois, finalize com um mural coletivo sobre a beleza da diversidade.
Assim, a leitura se transforma em um exercício de identidade e valorização. Essa atividade ajuda a desenvolver autoestima, reconhecimento e empatia.
Quer dicas de livros para trabalhar em sala de aula?
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2. Faça brincadeiras que valorizem a cultura afro-brasileira
Toda cultura tem um ritmo que a identifica, e a afro-brasileira pulsa em canto e movimento.
Leve para a sala de aula o som dos tambores, pandeiros e palmas. Cante e brinque com as crianças canções tradicionais, como Samba de Roda e Maculelê.
Além disso, incentive o diálogo: o que sentimos quando cantamos juntos? O que essa música nos ensina sobre o povo que a criou?
Essas trocas ampliam a compreensão sobre respeito e ancestralidade.
No final, grave um vídeo curto para compartilhar com as famílias e, assim, fazer ecoar essa herança dentro e fora da escola.
3. Promova uma sessão de cinema e conversa sobre representatividade
Filmes são pontes poderosas entre o imaginário e a realidade.
Organize uma sessão com trechos de produções envolvam personagens afro. Você pode conferir algumas dicas nesse post: 4 formas de homenagear em sala de aula!
Durante a exibição, incentive a observação atenta. Depois, converse com a turma: Quem é o protagonista? O que ele aprende? Que preconceitos o filme ajuda a quebrar?
Essas perguntas ajudam a transformar o entretenimento em reflexão.
Finalize criando um painel “Heróis e Heroínas como eu”, em que cada criança desenha um personagem inspirado nas descobertas do grupo.
Dessa forma, o cinema se torna uma ferramenta de empatia e pertencimento.
4. Apresente provérbios africanos e construa um varal de sabedoria
As palavras carregam histórias, e os provérbios africanos guardam séculos de ensinamentos.
Comece apresentando frases como: “É preciso uma aldeia inteira para educar uma criança.” Depois explique o significado e, logo depois, peça que as crianças compartilhem o que entenderam.
Em seguida, divida a turma em pequenos grupos e peça que criem ilustrações para representar cada provérbio. Quando terminarem, monte um varal colorido de sabedoria no corredor da escola.
Essa experiência estimula o pensamento crítico, a cooperação e o respeito pelas raízes culturais. Assim, a sabedoria ancestral ganha espaço no cotidiano escolar.
5. Revise o acervo da escola e crie um olhar antirracista no ensino
Educar também é observar o que nos cerca. Por isso, reserve um momento com sua equipe para revisar brinquedos, livros, cartazes e fantasias da escola.
Perguntem-se:
- Há diversidade nas imagens?
- As bonecas representam diferentes tons de pele e tipos de cabelo?
- Os materiais valorizam autores e autoras negros?
Afinal, o que as crianças veem influencia diretamente o que elas aprendem sobre o mundo. Pequenas mudanças no ambiente ensinam grandes lições sobre pertencimento e respeito.
Se possível, envolva as famílias em uma campanha de doação consciente para ampliar o acervo.
6. Crie rodas de conversa com as famílias sobre antirracismo
A escola é um espelho da comunidade que a forma. Por isso, envolva as famílias nessa jornada.
Organize um encontro e comece com a leitura de um poema, como Vozes-Mulheres, de Conceição Evaristo.
Em seguida, conduza a dinâmica “Palavras que acolhem X Palavras que ferem”.
Durante o diálogo, incentive a escuta ativa e o compartilhamento de vivências. Finalize com sugestões de livros, filmes e músicas para continuar o aprendizado em casa.
Quando a comunidade participa, o compromisso com a Consciência Negra se fortalece e se transforma em aprendizado coletivo.
Para continuar o diálogo
O Dia da Consciência Negra é um marco, mas a prática antirracista se constrói nos detalhes do cotidiano.
Portanto, promover a representatividade na escola é semear pertencimento.
Quer continuar ampliando o repertório da sua instituição? Então, explore as oportunidades da Estante Mágica e leve a educação antirracista para o ano inteiro.
