Cyberbullying: o que é a prática e como combatê-la na escola?
Cyberbullying é um grande problema que os educadores vêm tentando combater em sala de aula. Entenda mais sobre a prática e como lidar com este tipo de violência.
Segundo um levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisa Ipsos, o Brasil é o 2º país com mais casos de cyberbullying contra crianças e adolescentes no mundo.
O resultado alarmante tem levado as escolas a pensarem ações que ajudem a frear tal prática.
Mas afinal, o que é cyberbullying?
O cyberbullying se caracteriza pela união do bullying (ataques, ameaças, depreciações, insultos, etc.) ao ambiente virtual.
Com a expansão cada vez mais rápida da tecnologia, as crianças se tornam cada vez mais adeptas da mesma.
O uso desenfreado do espaço virtual e das redes sociais torna os pequenos mais vulneráveis a alguns tipos de riscos, entre eles, o cyberbullying.
Cabe aos adultos, portanto, identificar a realização da prática e traçar ações para o combate da mesma.
E como fazer isso no ambiente escolar? Primeiro, é essencial identificar casos concretos do cyberbullying.
Veja alguns sinais que vão te ajudar a identificar se seu aluno tem sofrido dessa prática:
- Isolamento
Um dos primeiros sinais que os alunos demonstram quando sofrem algum tipo de violência presencial ou virtual é o isolamento.
Crianças que passam por esse tipo de situação se tornam mais acuadas e, na maioria das vezes, têm vergonha de conversar sobre a situação, seja com os amigos, os pais ou educadores.
Fique de olho nesse tipo de comportamento.
- Decréscimo do rendimento acadêmico
Muitas crianças que sofrem com a violência ativa ou passiva de colegas apresentam dificuldade de concentração e falta de vontade de continuar frequentando as aulas.
Por isso, o rendimento acadêmico desses alunos pode cair abruptamente.
- Atitudes autodepreciativas
Como na infância e adolescência, os alunos ainda estão no processo de construção da sua autoimagem e é comum que eles se espelhem na imagem que lhes é passada.
Os pequenos passam a enxergar os insultos e as depreciações sofridas como sua verdadeira imagem e, em um determinado momento, chegam a acreditar que merecem a violência sofrida.
Isso pode se refletir em atitudes e comentários autodepreciativos.
- Comportamento agressivo
Uma atitude comum entre as crianças é a de replicar falas e comportamentos que enxergam ao seu redor.
É possível que crianças que sofrem cyberbullying se tornem também mais agressivas, não só com os colegas que praticam as ações contra elas, mas também com outros colegas.
O olhar jurídico sobre o problema
Em 2015, a Lei que visa fundamentar ações de combate à prática foi sancionada.
Além disso, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação também ganhou um artigo que trata especificamente do combate a esse tipo de violência no ambiente escolar.
Medidas práticas de combate ao cyberbullying
Apesar das medidas legais para tratar o problema, o índice de ocorridos segue alto entre as crianças e adolescentes brasileiras.
Por isso, separamos algumas ferramentas que vão te ajudar a combater o bullying, de maneira geral, em sua escola.
1) Jogos educativos
A gamificação é uma forma lúdica e leve de tratar assuntos sérios, de maneira didática, dentro de sala de aula.
Com a ajuda de jogos de combate ao bullying, os alunos podem exercitar a empatia e a resolução de problemas.
Assim, os que sofrem com algum tipo de violência tornam-se capazes de identificar os novos sentimentos despertados e de compreender que existe algo errado no convívio com os colegas.
Já os alunos que praticam ou já praticaram bullying ou cyberbullying com os colegas podem compreender os malefícios das suas ações e tomar cuidado para não mais agir de uma maneira que possa magoar seus colegas.
2) Estímulo à atividades de integração
A escola é um dos principais círculos sociais das crianças, por isso, é importante que elas se sintam seguras e confortáveis com a presença de todos os colegas nos ambientes em que elas frequentam.
A prática de atividades como esportes (futebol, vôlei, basquete), trabalhos manuais (crochê, pintura, reciclagem) e aulas extra-classe (música, teatro, reforço escolar), além promover o desenvolvimento saudável dos pequenos, ajuda na integração e colaboração entre os alunos.
3) Criação de eventos de conscientização
Muitas escolas já realizam eventos, que duram dias e até a semana inteira, em prol da conscientização de temas como “inclusão”, “preservação do meio ambiente”, entre outros.
Desenvolver eventos como estes, que envolvam todo o corpo docente, a comunidade e a família são de extrema importância para a prevenção e o combate do cyberbullying.
Quando assuntos como este são falados e demonstrados na prática, fica mais fácil para que a família e os próprios estudantes identifiquem traços desses comportamentos, quando eles acontecerem.
4) Criação de um ambiente de fala seguro
Depois de trazer a discussão sobre bullying e cyberbullying à tona através de jogos, palestras e atividades, é importante que os estudantes se sintam seguros para falar sobre o assunto.
Para despertar a confiança e o conforto dos alunos, uma boa alternativa pode ser a criação de um espaço sobre o assunto, que pode ocorrer através de um comitê formado por alunos e professores, membros do corpo docente, etc, onde as vítimas possam relatar retaliações que venham sofrendo.
5) Projeto temático “Cyberbullying e Redes Sociais”, da Estante Mágica
Com o projeto, os professores orientam os estudantes a refletirem sobre a era da tecnologia e como as ferramentas digitais podem ser usadas tanto pro bem quanto pro mal.
As observações feitas pelos alunos se tornam um gancho perfeito para falar sobre as novas formas de relacionamento, assim como práticas nocivas criadas no território digital, como o cyberbullying.
O tema é explorado em rodas de conversa e é proposto materializar as reflexões sobre o assunto debatido em um livro de autoria do próprio aluno.
O projeto temático “Cyberbullying e Redes Sociais” é gratuito e exclusivo para escolas participantes da Estante Mágica, o maior projeto de incentivo à leitura do Brasil. Para participar, é necessária inscrição no site www.estantemagica.com.br.
E a sua escola, o que tem feito para combater esse tipo de prática? Conte pra gente aqui nos comentários!