Competências gerais da BNCC: como adequá-las ao calendário pedagógico
As competências gerais da BNCC são uma espécia de nova “bússola” da educação brasileira e muitas escolas ainda precisam adaptar seus calendários escolares a ela. Veja como realizar esse processo na sua instituição!
Todo fim de ano letivo é a hora de balancear o ano que passou e planejar o que vem. E uma das importantes questões a se considerar é como adequar as competências gerais da BNCC no currículo escolar.
Consideradas aprendizagens essenciais que definem a base educacional, norteando os caminhos pedagógicos a se seguir.
Segundo o MEC, as competências estão orientadas de acordo com os princípios éticos, estéticos e políticos que visam a formação humana em suas múltiplas dimensões.
É perpetuar no ensino uma comunicação integral, mobilização de conhecimentos, atitudes, valores e habilidades para suprir as demandas do cotidiano, crescimento do aluno como cidadão e qualificação para o mercado de trabalho.
E qual é o primeiro passo?
As escolas devem contextualizar o documento curricular de acordo com a realidade social na qual a escola está inserida.
Pense nos desafios de aprendizagem que podem surgir e como solucioná-los para assegurar que os alunos avancem em seu processo de escolarização.
Para elaborar um currículo escolar sólido é necessário envolver todo o conjunto de profissionais da escola, que devem estar preparados para fazer escolhas.
Mas quais? Escolhas sobre o que ensinar e quais conhecimentos universais e locais selecionar (para além da BNCC), em função de sua relevância social, cultural, artística, científica e tecnológica.
Assim, será possível eleger o rol de aprendizagens que todos os estudantes têm direito de aprender.
Este conjunto de escolhas intencionais dará feição única e própria ao currículo de cada escola e orientará o planejamento docente e as práticas de todos os profissionais da escola.
A reorganização do calendário pedagógico dessa maneira seria um novo olhar sobre a prática pedagógica dentro da própria escola.
Isso exigiria uma mudança de mentalidade – uma maneira diferente de pensar e trabalhar para professores, alunos e pais.
O que significa que medir o êxito neste panorama de adequar-se às competências gerais da BNCC é definir não somente em termos de expectativas curriculares em nível anual.
Mas também com referência a uma hierarquia de níveis de proficiência através da qual os alunos progrediriam durante todo o tempo na escola.
Como estruturar o currículo escolar
O currículo escolar pode ser estrutura de diversas maneiras. Tudo vai depender de como a escola se organiza com suas ideias até chegar a sala de aula.
E existem algumas formas de materializar o currículo escolar, tendo em mente que ele é um grande processo. Confira algumas sugestões:
Currículo prescrito: são os documentos elaborados pelas esferas centrais para orientar o trabalho nas escolas;
Currículo planejado: são os materiais produzidos para serem utilizados por professores e alunos;
Currículo organizado: é a forma de organização no interior da escola, que envolve arranjos de tempos, espaços, sujeitos e saberes. No nível individual, refere-se aos planos de trabalho do professor;
Currículo em ação: é o conjunto de atividades desenvolvidas por professores e alunos em sala de aula. O processo de ensino e aprendizagem ocorre na articulação entre esses agentes e o conhecimento a ser ensinado/aprendido;
Currículo realizado: são as consequências curriculares, como as aprendizagens para os alunos; e a socialização profissional, para os professores – além dos efeitos que se projetam nos âmbitos social e familiar;
Currículo avaliado: são processos que explicitam o que é considerado legítimo em termos de aprendizagem, expresso em mecanismos que podem ser produzidos no âmbito interno ou no âmbito externo à escola.
E a perspectiva dos professores?
Seu papel é inovar nas estratégias didáticas e na gestão da sala de aula com as competências gerais da BNCC. O professor é o profissional que, na sua dinâmica de trabalho, transita o tempo todo entre teoria e prática.
Por isso, o professor deve saber como recriar conteúdos e pensar na concepção de uma metodologia adequada aos contextos e aos perfis dos alunos.
Estudando e pesquisando sobre as novas abordagens que pode levar até a sua sala de aula, o profissional se torna mais atualizado com as novas demandas.
Além disso, os professores podem trocar dicas e ensinamentos entre si. Afinal de contas só os próprios professores sabem das suas dificuldades e o que realmente pode ser colocado em prática com suas turmas.
Lembre-se que, na BNCC, o protagonismo do aluno é essencial e o professor é o mediador nesse contexto.
Nas dez competências, se olharmos objetivamente para elas, veremos três grandes ênfases do trabalho a ser desenvolvido ao longo de toda a Educação Básica: a cognição (competência 01 a 03), a comunicação (04 a 06) e o socioemocional (7 a 10).
O que isso implica? Olhar para o sujeito da aprendizagem não só como sujeito cognitivo, mas ser humano que precisa aprender a ser e aprender a se relacionar. Isso é bem enfatizado pela Base.
É importante frisar que a BNCC é um documento orientador para a construção do currículo das escolas, e elas têm autonomia para, a partir do seu projeto pedagógico construir um novo texto.
Se inspire no documento e leve para as reuniões pedagógicas todas as questões, dúvidas e como podem aplicar cada uma das competências gerais da BNCC.
Prontos para avaliar e adequar o calendário pedagógico da sua escola para as competências gerais da BNCC?