O que são os campos de experiências da BNCC?
A BNCC (Base Nacional Comum Curricular) é um assunto que está em foco na educação e que gera algumas dúvidas quanto ao seu conteúdo. Afinal, o que são os campos de experiências e quais as suas propostas?
Primeiro, campos de experiências da BNCC são a base estrutural pedagógica, ou seja, propostas curriculares que devem guiar as escolas com as aprendizagens necessárias para cada etapa.
É uma mudança conceitual no currículo, pois, para a BNCC, a criança age, cria e produz cultura. E não é mais uma mera receptora das mensagens que o adulto transmitia para ela.
Desta forma, a organização curricular da Educação Infantil na BNCC está estruturada em cinco campos de experiências, no âmbito dos quais são definidos os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento.
Neles, há um arranjo curricular que acolhe as situações e as experiências concretas da vida cotidiana das crianças e seus saberes.
Trazendo uma variedade de experimentações para as crianças, entrelaçando-as aos conhecimentos culturais.
De acordo com o documento da BNCC, a definição e a denominação dos campos de experiências também se baseiam no que dispõem as DCNEI (Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil).
A ideia é relacioná-las aos saberes e conhecimentos fundamentais a ser propiciados às crianças e associados às suas experiências.
Considerando esses saberes e conhecimentos, os campos de experiências em que se organiza a BNCC são:
O eu, o outro e o nós
O convívio com outras crianças e com adultos leva os pequenos a constituírem um modo próprio de agir, sentir e pensar, descobrindo que existem outros modos de vida, pessoas diferentes, com outros pontos de vista.
Ao mesmo tempo, elas constroem sua autonomia e senso de autocuidado, de reciprocidade e de interdependência com o meio.
Sendo assim, na Educação Infantil, o ideal é criar oportunidades para que as crianças entrem em contato com outros grupos sociais e culturais, costumes, celebrações e narrativas.
Nessas experiências, elas podem ampliar o modo de perceber a si mesmas e ao outro, valorizar sua identidade, respeitar os outros e reconhecer as diferenças que nos constituem como seres humanos.
Corpo, gestos e movimentos
Desde cedo, com o corpo, por meio dos sentidos, gestos e movimentos, as crianças exploram o mundo, o espaço e os objetos do seu entorno.
Estabelecem relações, expressam-se, brincam e produzem conhecimentos sobre si, sobre o outro, sobre o universo social e cultural.
E por meio das diferentes linguagens, como a música, a dança, o teatro, as brincadeiras de faz de conta, elas se comunicam e se expressam com o corpo, emoção e linguagem.
Na Educação Infantil, o corpo das crianças ganha centralidade. Assim, é necessário que a instituição escolar promova oportunidades ricas para que os pequenos possam explorar e vivenciar um amplo repertório.
Traços, sons, cores e formas
O contato com diferentes manifestações artísticas, culturais e científicas no cotidiano da escola, possibilita às crianças, por meio de experiências diversificadas, vivenciar várias formas de expressão e linguagens.
Com base nessas experiências, elas se expressam por várias linguagens, criando suas próprias produções artísticas ou culturais.
Essas experiências contribuem para que, desde muito pequenas, as crianças desenvolvam senso estético e crítico, o conhecimento de si mesmas, dos outros e da realidade que as cerca.
Portanto, a Educação Infantil precisa promover a participação das crianças em produções como as artes visuais, música, teatro, dança e audiovisual. Tudo a fim de favorecer o desenvolvimento da sensibilidade, da criatividade e da expressão pessoal das crianças.
Escuta, fala, pensamento e imaginação
Na Educação Infantil, é importante promover experiências nas quais as crianças possam falar e ouvir, potencializando sua participação na cultura oral.
Pois é na escuta de histórias, na participação em conversas, nas narrativas e em múltiplas linguagens que a criança se constitui ativamente como sujeito singular e pertencente a um grupo social.
Neste mesmo sentido, a imersão na cultura escrita deve partir do que as crianças conhecem e das curiosidades.
As experiências com a literatura infantil, propostas e mediadas pelo educador contribuem para o desenvolvimento do gosto pela leitura, do estímulo à imaginação e da ampliação do conhecimento de mundo.
Além disso, o contato com histórias, contos, fábulas, poemas, cordéis etc. propicia a familiaridade com livros, com diferentes gêneros literários.
Nesse convívio com textos escritos, as crianças vão construindo hipóteses sobre a escrita que se revelam, inicialmente, em rabisco.
Isso leva os pequenos, aos poucos, a conhecer as letras do alfabeto, em escritas espontâneas e não convencionais, mas que indicam sua compreensão da escrita como sistema de representação da língua e forma de comunicação.
Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações
As crianças vivem inseridas em espaços e tempos de diferentes e sempre procuram se situar, seja em ruas ou em saber o que é dia ou noite, ontem ou amanhã.
Demonstram também curiosidade sobre o mundo físico, como seu próprio corpo, os fenômenos atmosféricos, os animais, as plantas e as transformações da natureza.
E o mundo sociocultural, com as relações de parentesco e sociais entre as pessoas que conhece.
Além disso, nessas experiências e em muitas outras, as crianças também se deparam, frequentemente, com conhecimentos matemáticos, como contagem, ordenação, relações entre quantidades, dimensões, medidas, pesos e de comprimentos, avaliação de distâncias e reconhecimento de formas geométricas que igualmente despertam a curiosidade.
Portanto, a Educação Infantil precisa promover experiências nas quais as crianças possam fazer observações, manipular objetos, investigar e explorar seu entorno, levantar hipóteses e consultar fontes de informação para buscar respostas às suas curiosidades e indagações.
Assim, a escola está criando oportunidades para que as crianças ampliem seus conhecimentos do mundo físico e sociocultural e possam utilizá-los em seu cotidiano.
Desta forma, percebe-se que a BNCC articula os campos de experiências como novos direitos essenciais para a aprendizagem das crianças nas escola.
De forma lúdica e eficaz, os professores e a gestão escolar devem propiciar experiências e métodos que englobem as múltiplas formas de ensino.
As crianças aprendem interagindo, explorando, conversando, convivendo e, automaticamente, se conhecendo em todo o processo.
Além disso, todos os campos de experiências são essenciais para preparar as crianças para os ensinos seguintes, introduzindo-as ao Ensino Fundamental que, de acordo com a BNCC, foi pensada a partir das aprendizagens já adquiridas na etapa anterior.
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Rosângela
25/janeiro/2019 @ 23:03
Esclareceu muitas dúvidas, mas preciso de um esclarecimento, nesse caso é como se a nomenclatura que antes era usada como: linguagem corporal, linguagem oral, linguagem matemática…foram substituídos pelo Campos de experiência, valorizando as experiências dos alunos?
Regiane Brito Rocha Novaes
13/setembro/2018 @ 17:00
Gostaria de receber um guia sobre a Bcnn
SILVIA NASCIMENTO
25/junho/2018 @ 20:38
Tenho lido bastante, mas esse documento da BNCC é relativamente novo e como tal traz muitas dúvidas, então qualquer luz é sempre bem vinda. Obrigada por compartilhar seu conhecimento..
Ericka Kellner
26/junho/2018 @ 11:46
Oi, Silvia! =)
Certamente, a BNCC traz muitas novidades e, por isso, precisa ser discutida constantemente.
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