Aluno como protagonista reverte baixo engajamento em escola: entenda
Colocar o aluno como protagonista pode ajudar a solucionar um problema do baixo interesse dos estudantes pela escola? Willmann Costa, gerente de educação da Estante Mágica, provou que sim. Entenda!
Com o tema “Protagonismo do aluno em sala de aula”, a palestra ministrada por Willmann Costa, educador especialista em competências socioemocionais e gerente de educação da Estante Mágica, encantou mais de 100 professores e coordenadores presentes em evento educacional do Colégio Elite Iguaçuano, que aconteceu no começo de agosto.
Durante a apresentação, Will contou sobre como transformou a realidade de adolescentes de uma escola no interior do Rio de Janeiro através da estratégia de colocar o aluno como protagonista em sala de aula. Saiba mais abaixo!
O desafio de engajar os alunos
Will conta que tudo começou quando foi desafiado pela então diretora do Colégio Estadual Chico Anysio a assumir uma turma de 7º ano do ensino fundamental com 17 alunos com um longo histórico de reprovações.
O primeiro dia em sala foi desafiador, pois de cara o educador percebeu que os alunos não se interessavam pela aula e usavam o tempo para conversar.
Para reverter o quadro, Will decidiu adicionar contexto à aprendizagem: contou sobre si mesmo e depois conheceu a realidade e os interesses dos alunos.
O protagonismo do aluno como chave para solucionar o desafio
Impressionados com a vontade do educador em conhecer um pouco mais sobre eles, os adolescentes se sentiram mais motivados para prestar atenção no que era falado.
Will conta que o primeiro passo para ganhar a confiança dos alunos foi, portanto, mostrar-se interessado em conhecê-los mais profundamente.
E, para criar essa atmosfera mais amigável, também reestruturou o formato da sala de aula.
Ele pediu para que os alunos organizassem suas cadeiras em um círculo, para evitar a dispersão, e os instigou a falarem sobre seus desafios pessoais e escolares.
Quando os alunos começaram a contar suas histórias, relatores de exclusão social e indiferença das famílias começaram a aparecer.
Tais temas delicados foram uma ferramenta de empatia para o educador, que, entendendo melhor o perfil e a história de cada aluno, conseguiu criar um planejamento pedagógico compatível com a turma.
Mas, apesar de os estudantes começarem a demonstrar maior conforto na conversa, eles ainda apresentavam certa resistência com a disciplina a ser lecionada, a língua portuguesa.
Foi quando os alunos questionaram: “mas você vai ensinar o quê?” e Will rebateu a pergunta com outro questionamento “o que vocês querem aprender?”.
Assim, uma proposta inusitada surgiu: os alunos queriam ajuda do professor de português para criar um funk.
Apesar de estarem familiarizados com o ritmo, criar uma letra do zero não era tarefa fácil. Foi então que Will pediu para que eles o apresentassem o ritmo musical.
“Quando eu ouvi o primeiro funk, eu não entendi nada. Perguntei ‘quem vai me explicar?’”, brinca.
Ao aceitar o desafio, o objetivo era colocar os alunos como protagonistas.
Quanto mais eles falavam sobre as letras, mais o professor conseguia fazer uma relação com as habilidades a serem desenvolvidas na disciplina.
Conforme os alunos iam criando a letra do funk, Will ensinava como classificar os substantivos, advérbios, rimas ricas, versos, estrofes etc, presentes na música.
Ao final do bimestre, os alunos deram um show de conhecimento em língua portuguesa durante um teste regular da escola.
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Resumo dos aprendizados
Além de emocionar a todos, o relato de Will durante a palestra deixa algumas lições sobre de que forma colocar o aluno como protagonista:
1) A importância da escuta ativa
O primeiro passo para ganhar a confiança da turma foi ouvir um pouco mais sobre a vida de cada aluno.
Depois de conhecer, de fato, os estudantes com quem ele iria conviver, ficou mais fácil quebrar a barreira da indisciplina e gerar um vínculo de confiança entre todos.
Com a confiança, os alunos sentiram-se à vontade para dividir seu desejo de aprender de uma maneira diferente do convencional – o que foi extremamente benéfico para todos ao final da disciplina.
2) A relevância de um ambiente de estudo descentralizado
Uma das primeiras ações de Will dentro de sala foi reorganizar os assentos dos alunos.
Em uma dinâmica em que os alunos se enxergam como protagonistas do seu aprendizado, a estrutura em que as cadeiras estão organizadas diz muito.
O educador fez questão de colocar os estudantes em círculo, onde todos puderam sentar lado a lado, inclusive o professor.
3) A necessidade de diferentes formas de avaliação
Em uma formação integral, os alunos devem expressar diferentes habilidades, ao longo de sua vida escolar.
Apesar de os educandos terem feito a avaliação regular da escola, Will os avaliava de diferentes maneiras durante o processo de construção da música.
Dessa forma, era possível notar a evolução dos alunos na gramática, em habilidades socioemocionais, nas maneiras de se expressar etc.
4) A importância de criar diferentes métodos de ensino
Junto com a necessidade de estimular o aluno como protagonista, diversificar os métodos de ensino é uma das lições mais importantes do gerente de educação da Estante Mágica.
Um ambiente confortável de aprendizagem conta com a participação ativa dos estudantes e, para que isso aconteça, eles precisam se sentir confortáveis com a metodologia de ensino.
Ao aceitar a proposta dos alunos e ensiná-los a escrever um funk, Will pôde não somente ensiná-los de maneira dinâmica, mas transformar a sala de aula em um ambiente prazeroso de se estar.
5) A relação entre o conteúdo programático e o desenvolvimento socioemocional
Will reforçou que o conteúdo programático e o desenvolvimento socioemocional não devem ser apartados. Pelo contrário, as habilidades emocionais caminham por todas as disciplinas.
Tentar ensinar habilidades socioemocionais sem que os alunos tenham a vivência das mesmas é apenas elencar nomes e significados.
Quando participam, de forma efetiva, da construção do conhecimento, eles aprendem.
A Estante Mágica como projeto de estímulo ao protagonismo do aluno
A Estante Mágica, o maior projeto de incentivo à leitura do Brasil, conta com projetos temáticos que auxiliam os professores a colocar o aluno como protagonista da aprendizagem.
Quando os estudantes têm contato com o projeto e começam a produzir os próprios livros, eles são introduzidos ao tema que vão desenvolver.
E, quando escrevem e criam seus personagens, estão colocando ali todo o seu saber.
Além da escrita, desenvolvem textos não-verbais, uma produção imagética que acompanha a história de cada aluno.
O projeto da Estante Mágica trabalha a criatividade, o autoconhecimento, as habilidades socioemocionais e, consequentemente, o aluno como protagonista – o que também ajuda nessa missão de engajá-lo em sala de aula.
Já pensou em começar 2020 transformando seus alunos em protagonistas, autores dos próprios livros? Acesse www.estantemagica.com.br e inscreva sua escola gratuitamente 🙂