Escolas inovadoras: o que elas têm em comum?

Mudanças sobre o ensino brasileiro, como a BNCC, nos levam para a tão discutida inovação na educação. Mas, afinal: o que faz com que as escolas inovadoras recebam esse adjetivo?

Algumas escolas são consideradas inovadoras devido à forma como utilizam os seus espaços de aprendizagem, incluíram novas abordagens pedagógicas e definiram outros protagonistas no processo de aprendizado.

E o que essas escolas inovadoras têm em comum?

Em primeiro lugar, muitas das escolas que adotam práticas consideradas inovadoras têm em comum a visão dos próprios alunos.

Eles são vistos como protagonistas no processo de aprendizado, com um papel essencial na construção do conhecimento.

Aprendizagem personalizada é o foco dos educadores dessas escolas, que muitas vezes se utilizam de tecnologias pessoais de apoio.

A padronização é inimiga dessas instituições, que incentivam a personalização e a flexibilidade, fazendo com que as crianças sejam encorajadas a trabalhar e a progredir no seu próprio ritmo.

Em segundo lugar, essas escolas estão conectadas com o mundo exterior. Parece óbvio, mas não é. Atualmente, não podemos dizer que as escolas voltadas para dentro (isto é, limitadas à vida escolar) são eficazes.

As escolas inovadoras apresentam conexão explícita entre o que é aprendido na sala de aula e os desafios da vida real.

Em alguns casos, as comunidades locais são encorajadas a se envolverem na vida da escola e também podem usar os espaços de aprendizagem para outros fins.

A educação dentro dessas escolas não é apenas sobre transmissão de conhecimento, mas também o desenvolvimento de habilidades e competências necessárias para o aluno prosperar em todos os campos da vida.

Em terceiro lugar, o currículo é ministrado de uma maneira que incentiva o pensamento crítico e criativo, através do contato com questões que envolvem resolução de problemas, discussões e envolvimento ativo com o meio ambiente.

De forma resumida: aprender com a aplicação das atividades práticas está no topo da agenda dessas instituições de ensino.

Finalmente, muitas das escolas inovadoras possuem um design criativo dos espaços de aprendizagem. Eles não imitam o modelo da escola padrão.

Em vez disso, os espaços de aprendizagem assumem muitas formas interessantes e com características intrigantes. E, para isso não é necessária uma super tecnologia.

Como os espaços são flexíveis, eles podem ser usados para uma variedade de propósitos criativos e o ensino e a aprendizagem são mais variados.

Quanto ao processo de transformação, é normal ter medo de “o que vai acontecer” ao fazer uma alteração.

Mas precisamos nos lembrar de que a mudança é constante e a única maneira de inovarmos. É necessário sair da zona de conforto sempre, ainda que inicialmente haja uma (comum) resistência.

As instituições que estão de olho nas mudanças pedagógicas e novas exigências da sociedade continuamente testam novos métodos de ensino e aprendizagem e, às vezes, isso leva a erros.

Erros com a tecnologia, erros no currículo e erros no treinamento. Porém, isso faz parte do processo, que leva a também acertos de novas práticas e melhores desenvolvimentos.

Para amenizar a preocupação com as mudanças, os educadores que desejam inovar podem fazer pequenos testes com os alunos antes de implementar, de vez, alguma grande ação modificadora.

E é importante lembrar que uma escola não pode ser inovadora enquanto vive em uma bolha.

Se um ótimo trabalho não é compartilhado com o mundo, alcançaremos apenas a ponta do iceberg.

Pergunte-se sempre: sua escola tem contas de mídia social? Seus professores estão se conectando ativamente com outros professores on-line? E os seus administradores? Como é a gestão escolar da instituição? Ela preza o diálogo e um espaço para novas ideias e testes?

Se queremos que a educação seja mais eficaz, essas escolas podem nos ensinar como isso pode ser alcançado. Mas precisamos correr alguns riscos e experimentar novas ideias sem medo de falhar.

Tecnologia e outras mudanças na sociedade exigem inovação na educação. Enquanto muitas escolas enfrentam desafios, os alunos não engajados e os currículos desatualizados, a inovação oferece um caminho a seguir.

A inovação não é importante apenas para as empresas. De muitas maneiras, a educação é a que mais se beneficia ao utilizar e ensinar inovação em sala de aula.

Ao explorar maneiras novas e melhores de educar os alunos e também ensinar as habilidades que os alunos precisam para se tornarem inovadores, os educadores de hoje podem ter um tremendo impacto no futuro de nosso mundo.

Escolas inovadoras vão além do já ultrapassado lugar de imposição. Tanto professores quanto estudantes são produtores de conteúdo e essa nova perspectiva leva em conta também a importância de aplicar os ensinamentos de outras formas.

E mais: inovação e criatividade não são unidimensionais.

Assim como a inclusão da tecnologia nas escolas, as habilidades emocionais e os projetos artísticos/criativos são temas e práticas que cada vez mais se observa benefícios para o desenvolvimento do aluno.

A criatividade e a inovação devem estar no centro de um currículo e fundamentais para o modo como as crianças aprendem.

Para o sucesso contínuo das escolas, é fundamental assegurar que os espaços de aprendizagem espelhem os espaços de trabalho colaborativos do mundo real e capacitem os alunos a resolver problemas, pensar de empática e saber se expressar da melhor maneira.

Vamos nos inspirar em escolas inovadoras para apostar em novas ideias?