4 dicas para lidar com alunos que insistem no uso de celular na escola
O uso de celular na escola é um tema que desafia educadores diariamente. Mesmo com a Lei nº 15.100/2025, que restringe o uso do aparelho em sala de aula, muitos alunos não respeitam essa regra.
Mas o problema vai além de desobediência: reflete hábitos construídos fora da escola e a dificuldade crescente de se desconectar.
Em fevereiro, nosso artigo “Lei que proíbe o uso de celular na escola: o que muda e como se adaptar”, explicou o que a legislação permite e o que ela restringe.
Agora, vamos falar sobre como lidar, na prática, com os alunos que insistem nesse uso, sem transformar o tema em conflito. Confira!
O que diz a lei e o que isso significa na prática
Primeiramente a regra é clara: o uso de celular está proibido nas instituições de ensino infantil, fundamental e médio, públicas e privadas.
No entanto, a própria lei abre exceções para momentos em que o aparelho tem função pedagógica, apoio a alunos com deficiência ou uso em emergências.
Isso significa que não se trata de um banimento total, mas de um chamado ao equilíbrio.
Portanto, a dificuldade é ensinar os estudantes a compreender quando e como o uso da tecnologia faz sentido. Como discutimos no artigo “Celular na escola: proibir o seu uso ou não proibir?”.
Mais do que restringir, a escola precisa formar consciência digital.
4 Estratégias socioemocionais para lidar com o uso de celular na escola
Mesmo com regras bem comunicadas, alguns alunos continuam a usar o aparelho sem autorização. Por isso, aqui estão nossas sugestões para intervir nessas situações:
1- Escuta e diálogo
Ao invés de partir para uma advertência, comece ouvindo o aluno.
Pergunte por que ele sente necessidade de usar o celular naquele momento.
Muitas vezes, o comportamento vem da ansiedade ou da dificuldade de foco.
A escuta abre espaço para responsabilidade e autorregulação.
2 – Consciência digital
Inclua o tema em projetos de sala.
Converse sobre o tempo de tela, o impacto das notificações e o quanto as distrações afetam o aprendizado.
Essa abordagem ajuda os estudantes a entender por que a regra existe, e não apenas a cumpri-la por medo de punição.
3 – Parceria com as famílias
Os pais têm papel essencial nesse processo.
Reforce a importância de limites digitais também em casa e incentive que conversem com os filhos sobre o equilíbrio no uso das telas.
A coerência entre casa e escola é fundamental para que o aluno perceba o valor da regra.
4 – Exemplo e consistência
Educadores e gestores também precisam demonstrar o comportamento que esperam dos alunos.
Evitar o uso do próprio celular durante as aulas e manter uma postura firme e empática reforça a credibilidade da instituição.
Transformando regras em aprendizado
A escola pode transformar o celular em ponto de partida para conversas sobre responsabilidade, limites e foco.
Algumas práticas simples ajudam muito:
- criar “momentos com e sem tela” em atividades planejadas;
- organizar uma “caixinha do celular” para armazenar os aparelhos durante as aulas;
- propor um contrato digital de convivência, construído junto com os alunos;
- valorizar o uso de tecnologias em contextos realmente pedagógicos.
Com empatia, a escola transforma o conflito em oportunidade de aprendizagem socioemocional.
Conclusão sobre o uso de celular na escola
Em reusmo, o uso de celular na escola é um desafio contemporâneo, mas também uma chance de formar cidadãos mais conscientes e equilibrados.
Educar para o uso responsável é muito mais eficaz do que apenas proibir.
Afinal, o objetivo não é tirar o celular das mãos dos alunos, e sim ensinar que cada ferramenta tem seu tempo e propósito.