Saúde mental das crianças: como as famílias podem apoiar?
A saúde mental das crianças é um tema de extrema importância. Ele ganha caráter especial nos dias de hoje, quando os desafios emocionais e sociais que os jovens enfrentam estão cada vez mais presentes.
As famílias desempenham um papel fundamental nesse contexto, sendo essenciais para apoiar e promover o bem-estar mental desde os primeiros anos de vida.
Neste texto, vamos explorar como os responsáveis podem contribuir diretamente para o fortalecimento da saúde mental das crianças. E dessa forma, fornecer orientações práticas e explicar a relevância desse apoio. Confira!
O impacto das famílias na saúde mental das crianças
Primeiramente, é preciso entender que a saúde mental das crianças depende de diversos fatores, incluindo o ambiente familiar.
O vínculo emocional que a criança constrói com seus responsáveis, por exemplo, é a base para o desenvolvimento de sua autoestima e autoconsciência.
Além disso, a maneira como os adultos ao seu redor lidam com as próprias emoções e conflitos serve de exemplo para os pequenos.
De acordo com dados da Folha, os números de casos de ansiedade entre crianças e jovens superam os de adultos pela 1ª vez no Brasil.
A exposição excessiva às redes sociais e o aumento da pressão por desempenho escolar são apenas alguns dos fatores que contribuem para esse crescimento.
Em paralelo, um estudo da Fiocruz (OMS), alerta que, no Brasil, a taxa de suicidio entre os jovens cresceu 6% ao ano entre os anos de 2011 e 2022.
Esses números reforçam a necessidade de uma abordagem preventiva dentro de casa. O objetivo é criar um ambiente acolhedor e de suporte.
5 estratégias para apoiar a saúde mental das crianças
Existem diversas maneiras pelas quais os pais e responsáveis podem apoiar a saúde mental das crianças.
A primeira coisa que vamos falar hoje é criando um ambiente favorável para o seu desenvolvimento emocional.
1. Incentivar a autoconsciência e a expressão emocional
Um dos primeiros passos para apoiar a saúde mental das crianças é incentivar a autoconsciência. Isso significa ajudá-las a identificar e compreender seus sentimentos, além de expressá-los de forma saudável.
Quando uma criança entende suas emoções, é mais fácil para ela lidar com situações estressantes ou desafiadoras.
Os pais podem promover esse desenvolvimento emocional ao fazer perguntas simples, como: “Como você está se sentindo?” ou “Por que isso te deixou triste?”
Além disso, é importante que os responsáveis criem um espaço seguro onde a criança se sinta confortável. Ou seja, um lugar onde possam expressar seus sentimentos, sem medo de julgamentos ou punições.
Escutar ativamente, sem interromper, e validar os sentimentos dos pequenos também são formas poderosas de apoio.
2. Estabelecer uma rotina equilibrada
A rotina tem um impacto direto na saúde mental das crianças. Um equilíbrio adequado entre momentos de lazer, atividades físicas, descanso e tempo para estudos ou tarefas é fundamental para o bem-estar emocional.
A falta de organização ou excesso de compromissos pode gerar estresse e ansiedade desde cedo.
Crianças que seguem uma rotina consistente tendem a ter menos problemas comportamentais e emocionais.
Nesse sentido, os responsáveis devem ajudar a organizar o dia a dia da criança. Por isso, garantir tempo para brincadeiras, interação com a família, além de pausas para relaxamento é fundamental.
3. Limitar o uso de tecnologia e redes sociais
O uso excessivo de dispositivos eletrônicos e redes sociais pode impactar negativamente a saúde mental das crianças.
Um estudo da American Academy of Pediatrics revelou que o tempo excessivo de tela pode estar associado a um aumento nos níveis de ansiedade e depressão entre os mais jovens.
As redes sociais, por sua vez, expõem crianças e adolescentes a comparações constantes, o que pode prejudicar a autoestima. Assim, cabe aos responsáveis monitorar o uso da tecnologia e estabelecer limites saudáveis.
Definir horários específicos para o uso de telas e incentivar atividades offline são formas eficazes de combater os efeitos negativos do excesso de tecnologia.
Isso pode ser feito, por exemplo, através da leitura e brincadeiras ao ar livre.
4. Oferecer reforço positivo
O reforço positivo é uma das estratégias mais simples e eficazes para promover a saúde mental das crianças.
Elogiar comportamentos desejáveis, como a cooperação, a empatia e o esforço, ajuda a criança a desenvolver uma imagem positiva de si mesma. Além disso, o reconhecimento dos seus esforços, e não apenas dos resultados, estimula a confiança e resiliência.
Quando os responsáveis praticam o reforço positivo de maneira consistente, a criança se sente valorizada e amada.
Essa atmosfera fortalece sua autoestima e a capacidade de enfrentar adversidades.
5. Promover o diálogo aberto sobre saúde mental
Apesar de ser um tema delicado, as famílias precisam abordar a saúde mental das crianças de forma aberta e direta.
Muitas vezes, questões emocionais são vistas como tabu, o que dificulta que a criança busque ajuda ou compartilhe suas preocupações.
Ao estabelecer o diálogo sobre saúde mental de maneira natural e acessível, os responsáveis demonstram que se importam com o bem-estar emocional da criança. E mais do que isso, que estão dispostos a ouvir suas dúvidas ou medos.
Isso cria um ambiente de confiança e conforto. E essa prática é essencial para que a criança sinta que pode compartilhar qualquer problema que a esteja incomodando.
A importância de um ambiente familiar acolhedor
Além das estratégias mencionadas, é crucial que os responsáveis criem um ambiente familiar acolhedor e seguro.
O ambiente em que a criança vive influencia diretamente a forma como ela lida com seus sentimentos e desafios.
Se o lar é marcado por conflitos constantes, falta de comunicação ou críticas excessivas, a saúde mental da criança pode ser prejudicada.
Famílias que cultivam uma atmosfera de apoio, onde a comunicação é incentivada e onde há respeito mútuo, ajudam a prevenir problemas emocionais.
Pequenas ações diárias, como refeições em família, conversas sinceras e demonstrações de afeto, têm um grande impacto no bem-estar da criança.
Conclusão
Em resumo, a saúde mental das crianças é um aspecto vital para o seu desenvolvimento pleno e portanto, as famílias têm um papel central nesse processo.
São elas que devem oferecer o suporte necessário para que os pequenos cresçam emocionalmente saudáveis e resilientes.
Ao incentivar a autoconsciência e estabelecer rotinas equilibradas, os responsáveis podem criar um ambiente familiar que promova a saúde mental. Além claro, de limitar o uso da tecnologia, oferecer reforço positivo e manter um diálogo aberto.
Por isso, diante dos desafios do mundo moderno, é essencial que as famílias se conscientizem da importância de cuidar da saúde mental das crianças precocemente.
Afinal, crianças emocionalmente saudáveis têm mais chances de se tornarem adultos felizes e bem-sucedidos, tanto pessoal quanto profissionalmente.