Rematrícula e o engajamento com os pais
Outro dia, escutei de uma mãe a seguinte reclamação: “Poxa, eu adoro a escola onde o meu filho estuda. Mas nosso último contato esse ano foi tão fraco. Enviaram apenas um bilhete de rematrícula, nada mais do que isso”. Ela me explicou que gostaria de saber mais sobre os planos da escola para o próximo ano letivo, a grade, queria entender o porquê de determinados livros didáticos… enfim, queria se inteirar em relação aos próximos passos da escola.
Esse tipo de situação nos relembra que o processo de rematrícula de uma escola não foge muito ao processo de renovação de um serviço. Sendo assim, isso esbarra numa questão-chave para o bom relacionamento com o cliente: o marketing. “Como assim, marketing?”, você deve estar se perguntando. Calma! O marketing aqui citado se refere à capacidade de uma instituição de atender às necessidades e demandas do seu público. E, nesse caso, falamos não apenas em consumo, mas sim relacionamentos. É a tal da regra da empatia: colocar-se no lugar do outro para melhor compreendê-lo.
Ok, muita teoria aqui. Voltemos ao título desse texto: de que forma a rematrícula te ajuda a engajar os pais?
Ela dá à escola a chance de mostrar seus resultados, e, mais que isso: comunicar-se com os pais, sabendo de que forma a parceria pode ser mais eficiente no próximo ano letivo. Para iniciar esse importante contato, que tal fazer uma espécie de balanço sobre a evolução da criança durante o ano? E, aqui, vale começar com o feedback positivo. Quais os pontos fortes que ela mostrou durante esses meses? E os pontos fracos? O que os pais observaram de progresso na pequena durante as atividades escolares? Esse é um excelente momento para a família e escola se aproximarem e traçarem, juntas, uma meta para o próximo ano. Por exemplo: a criança teve muita dificuldade com matemática. Em casa, como os pais podem ajudá-la através de situações rotineiras? A que eles podem se atentar no dia a dia?
Aqui, há espaço para escutar ainda mais a opinião do pai, perguntar o que ele achou do contato com a escola esse ano, se há sugestões para tornar a parceria mais qualificada. Sempre bom relembrar que, com as novas condições de trabalho, os responsáveis estão muito mais tempo fora de casa e muitas vezes se sentem um pouco perdidos quanto à forma de acompanhar mais de perto a evolução psicopedagógica da criança. Tendo isso em vista, quais assuntos eles gostariam de saber mais para poder aplicar na educação do filho?
A comunicação é o tesouro desse encontro. Ainda que não seja possível falar com o pai pessoalmente, no ato da matrícula não esqueça de escutá-lo – nem que seja por e-mail. Pergunte o que ele achou deste ano, o que espera para o próximo ano e o que ele sugere de melhoria para a gestão da escola. E, sem dúvida, não esqueça também de ressaltar todos os trabalhos realizados pela instituição: fale sobre números, projetos, atividades extracurriculares, novos professores. Claro, fale também sobre os planos para o próximo ano letivo: O que os pais podem esperar da próxima equipe? E quanto ao currículo? Projetos novos já foram inclusos? Ano que vem é ano de copa do mundo. Já há alguma atividade com temática anual para trabalhar com os pequenos?
Temos, nesse momento, uma ótima oportunidade para tornar os pais ainda mais participativos no ambiente escolar, porque quanto maior a proximidade, maior a confiança e, consequentemente, maior o engajamento. Quanto mais fortalecida a relação entre família e escola, mais eficazes são os métodos educativos sobre a criança. Vamos usar esse fim de ano sabiamente para preparar território para um 2018 mais rico pedagogicamente? 🙂
Elisangela Almeida Ribeiro
30/dezembro/2017 @ 11:50
Excelente apontamento! Nossas escolas necessitam estreitar, guardadas as devidas proporções, esses vínculos família e escola!