Preconceito racial na escola: de que forma combater?
O preconceito racial na escola é um tema difícil, mas inevitável de ser trabalhado a fim de formar alunos civilizados. Uma iniciativa dentro da Estante Mágica que busca trabalhar o tema pode te ajudar a abordá-lo em sala de aula. Entenda!
O preconceito racial se caracteriza por qualquer forma de expressão que diminua e discrimine determinadas etnias, por considerá-las menos capazes ou inferiores.
Dados extraídos do último censo do IBGE mostram que, apesar de mais da metade da população brasileira se autodeclarar preta ou parda, a cor da pele ainda é fator de discriminação e desigualdade social no país.
Isso nos leva à seguinte pergunta: como combater o preconceito racial na escola?
Iniciativa dentro da Estante Mágica promove debate sobre racismo
A discussão existe não só em escolas, mas em empresas e outros diversos círculos sociais.
Na Estante Mágica, por exemplo, os colaboradores já promoviam conversas sobre vários assuntos quando surgiu a ideia de um espaço para falar sobre desigualdade racial.
Um grupo de amigos que gostava de falar sobre o tema resolveu ampliar o debate e envolver todos os membros da empresa no debate.
Surgiu, então, a iniciativa “A coisa tá preta”, cujo nome provocativo faz referência a uma das muitas réplicas de preconceito que existem em nosso país.
O encontro, que acontece uma vez por mês na empresa, é planejado da seguinte forma: um coletivo, formado pelos idealizadores do debate, sugere os temas dos encontros e os levam para a votação de toda a empresa. E, então, os mais votados são pauta do encontro.
Julia Alves, cientista social, consultora de sucesso de escolas e uma das idealizadoras da iniciativa, ressalta a importância desse tipo de ação na luta contra a discriminação racial:
“É como aprender uma matéria nova: um processo mais lento, pedagógico, para fazer com que as pessoas entendam de verdade o tema e repliquem o que aprenderam”, explica.
Colaboradores da Estante Mágica debatendo a temática racial em encontro
Combate ao preconceito racial dentro da escola
Como a iniciativa da Estante Mágica pode inspirar a abordagem do tema na sua escola?
Inspirados no formato de “A coisa tá preta”, separamos algumas ações simples que podem te ajudar a conscientizar seus alunos sobre a questão:
1) Inclua a exibição de filmes sobre representatividade no calendário de aulas
Representações de protagonistas negros são uma ótima maneira de trabalhar o tema de maneira leve com as crianças.
Ao exibir o filme “Pantera Negra”, por exemplo, é possível abrir o debate sobre heróis e personagens negros e sua importância.
O filme traz ainda tópicos importantes como colonialismo, mitos e cultura africana etc.
2) Promova eventos sobre o tema que envolvam toda a comunidade
A escola também é um espaço cultural, de trocas e atividades valiosas.
Promover um evento que fale sobre diversidade e combate ao preconceito, além de promover conscientização, aproxima as famílias da escola.
Os eventos podem trazer várias atrações sobre a cultura afro-brasileira, por exemplo.
3) Desenvolva trabalhos sobre grandes personalidades negras
Falar sobre figuras negras importantes e sobre sua contribuição para um mundo mais igualitário é indispensável.
Pedir para que cada criança pesquise sobre personalidades negras pode ser uma maneira dinâmica de falar sobre o tema.
Ao realizarem apresentações sobre o tema, os alunos vão poder falar sobre o porquê dessas pessoas terem se tornado símbolos históricos.
4) Fale sobre o preconceito racial de forma aberta
Ainda na linha da pesquisa e apresentação, é importante destacar contra o que tantas personalidades negras lutaram.
Ao falar sobre Matin Luther King e Rosa Parks, por exemplo, fale abertamente sobre o que eles lutaram para combater e a importância dessa luta para eles e para as próximas gerações.
Peça também para que as crianças deem suas opiniões e conversem a respeito.
5) Evite reproduzir padrões de beleza
Um dos pontos fundamentais para combater o preconceito racial na escola é estimular a diversidade (social, racial, étnica etc).
Isso inclui contemplar diferentes tipos de beleza ao reproduzir fotografias, filmes e peças midiáticas.
Uma boa referência é um conto popular de Gana recontado pelo escritor Celso Sisto chamado “O casamento da princesa”, no qual a princesa é negra – e não branca, como em muitas representações midiáticas.
Esse tipo de cuidado vai ajudando a construir a consciência social e o respeito à diversidade, o que inibe atitudes de preconceituosas.
E você? Conhece outras formas de combater o preconceito racial na escola? Compartilhe com a gente!