Diversidade cultural, sala de aula… e Oscar!
Já ouviu falar da comemoração do Dia dos Mortos? Pois bem, essa é uma data festiva no México e representada na mais nova animação da Disney – que ganhou o Oscar 2018: Viva – A Vida é uma Festa. E o que isso tem a ver com educação e sala de aula? Na verdade, tudo! Que tal apresentar para os alunos a beleza da diversidade cultural a partir de exemplos como o filme premiado? 😉
Estamos em um momento de muito debate sobre representação, espaço e voz para todos se expressarem e Viva é um exemplo disso. Mostrando de forma lúdica como a tradição mexicana é importante para seu povo, a animação relembrou como é significativo que crianças e jovens aprendam culturas diferentes e suas histórias em sala de aula.
A pluralidade cultural tem como importância trabalhar com outras tradições, costumes e conhecimentos. Tudo em prol de uma boa formação do indivíduo e uma convivência mais respeitosa. Aprender sobre a cultura dos outros e entender suas crenças.
Para isso, toda a equipe pedagógica da escola pode pensar em maneiras de abordar exemplos de diversidade cultural nas salas de aula. Ela pode ser utilizada como ligação para um trabalho interdisciplinar ou uma simples apresentação.
Uma tradição pode ser exemplificada com pinturas ou esculturas e a partir delas, desenvolver os motivos pelo qual se usam tais cores e formas. Para falar de Viva, os professores podem apresentar as caveiras mexicanas e porquê elas são representadas do modo que são. O porquê das cores vibrantes e desenhos sobre o rosto.
Além disso, falar sobre a diversidade cultural traz oportunidades pedagógicas muito interessantes, motivadoras, que relacionam não apenas com a escola, mas também com a comunidade local e sociedade. Este tema possibilita ampliar questões do cotidiano para o âmbito mundial e vice-versa. O que faz o tema se tornar um meio do processo educacional.
A fim de deixar o contato com novas culturas mais fácil e visual, filmes como Viva e Moana, os dois últimos lançamentos da Disney, são ótimos exemplos para se trabalhar com os alunos. Ambos abordam temas culturais de lugares que antes não tinham muito espaço nas telonas. Ou que até mesmo muitas crianças nunca ouviram falar.
Com a cultura de um país hispânico em um e o estilo de vida e costumes da Polinésia em outro, os filmes são representações de duas culturas bem diferentes da brasileira, mas que são ricas e repletas de curiosidades.
Através da cultura que está sendo exibida, as crianças e jovens vão assistir o filme sobre diferentes costumes, que normalmente são estereotipados, com um outro olhar. Através da animação, eles aprendem qual é o verdadeiro significado de um determinado feriado e porque as pessoas dessa cultura celebram um dia centrado em torno dos mortos, por exemplo.
As duas animações foram reconhecidas pelo Oscar e o levá-las até os alunos pode ser um dos caminhos mais fáceis a se abordar a diversidade cultural. Já pensou em trabalhar atividades como danças, culinária e outras artes que possuem tais países?
Professores e toda a equipe pedagógica podem formular um calendário específico para tais atividades, como uma semana da diversidade cultural, onde se organizam apresentações, pinturas, comidas e música.
Além de ser de fácil acesso, pelo reconhecimento dos alunos com filmes atuais que provavelmente todos eles já viram, o engajamento com as tarefas será maior. A criança e jovem se sentirá mais animado para pesquisar e entender tradições diferentes. Os filmes são nada menos que uma bandeja de opções para temas a serem incluídas na educação.
O mesmo ocorre para abordar a diversidade cultural dentro do próprio Brasil, que repleto de histórias e tradições, pode conectar um tema a vários outros e suas origens culturais. Isso vale também para a cultura africana, umas das mais fortes aqui, e suas ramificações. Falamos sobre como abordá-la no texto sobre o Pantera Negra – para relembrar o quão importante é estudar as raízes também.
Outra razão para Viva ser um bom exemplo de diversidade cultural para se abordar em sala de aula é a abordagem das personagens femininas. Na trama, há muitos momentos em que elas não dependem do elenco masculino e apresentam atitudes fortes e confiantes. Como a tataravó e bisavó de Miguel, protagonista do filme.
Assim como em Moana, que como princesa é exigida apenas que fique em sua ilha e cuide do povo. Mas, como uma aventureira, ela decide se arriscar mar a dentro para salvar toda a ilha. Filmes como estas duas animações são ótimos para trazer novas perspectivas de representação.
E mais: talvez o tema não seja discutido diretamente, mas abre espaço para questões como da desigualdade social e da exclusão são discutidas dentro da diversidade cultural. Com os alunos mais velhos, é legal também debater sobre o assunto e indicar possíveis soluções.
E para isso é necessário que o professor saiba discutir a diversidade cultural a partir das próprias diferenças dos alunos, é um modo de conduzir o tema da forma mais próxima da realidade brasileira, criando uma contextualização para qualquer assunto.
A representação é essencial para o sucesso dos alunos, principalmente para desenvolver habilidade emocionais como autoconfiança, respeito e empatia. Como também para identificação da cor de pele nos personagens animados. Tudo isso são fatores que contribuem para a consciência de que existe uma diversidade cultural muito grande dentro do Brasil e mundo afora.
É legal também os alunos enxergarem a representação em professores e administradores em suas escolas e salas de aula. O acesso a uma diversidade cultural através dos próprios professores desempenha um papel crítico na aprendizagem e desenvolvimento de estudantes.
Não é apenas culturalmente benéfico. Isso afeta o sucesso acadêmico geral dos estudantes. Alunos com acesso a professores diversos experimentam impactos positivos nas avaliações de desempenho, nas taxas de graduação do ensino médio e nas aspirações do ensino superior. Isso assegura que os alunos tenham acesso a diversos professores que sejam encorajadores e confiáveis. E isso ajuda a tornar a representação diversa algo comum para os estudantes.
Por isso, toda a equipe pedagógica deve se mover para buscar cada vez mais uma representatividade dentro da escola. Animações como Viva – A Vida é uma Festa e Moana são apenas mecanismos para incluir mais diversidade cultural nas salas de aula.
E então, prontos para preparar aulas e atividades mais ricas e representativas? ?
10 Competências da BNCC que você precisa saber! – mega estante
15/setembro/2018 @ 19:48
[…] curiosidade e experimentação. (Aulas como da diversidade cultural do filmes Viva e Pantera Negra são ótimos exemplos neste […]
Simone
12/março/2018 @ 15:02
Muito animada com esse leque, estou no 5. Semestre da faculdade de pedagogia e achei muito interessante essa amplitude e ramificacoes que surgiram esse artigo.