Como a maternidade me levou ao empreendedorismo
Já imaginou a maternidade se tornar também uma fonte de inspiração para o empreendedorismo? Neste artigo, a Cynthia Jacques, diretora do portal infantil KidsIn, conta como ser mãe a ajudou no trabalho.
Segundo o dicionário, empreender é “pôr em prática, realizar; decidir e/ou tentar realizar tarefa difícil, demorada. E por essa definição, escolher ser mãe já é um ato de empreendedorismo, tão longo quanto a própria vida, não é mesmo?!
Talvez por isso, eu, como várias mães que conheço, mudam suas estratégias e opções profissionais e acabam abrindo seus negócios e empreendendo.
A maternidade como caminho para o empreendedorismo
Minha relação com o universo infantil vem de longa data, quando eu ainda nem tinha me desligado dessa fase direito.
Aos 13 anos passei a atuar como professora assistente e substituta de ballet clássico e sapateado.
No ano seguinte, já tinha minhas próprias turmas com crianças de 4 até 8 anos nas duas modalidades.
E segui dando aulas até meus 28 anos, já formada e atuando como fonoaudióloga, também atendendo crianças.
No terceiro período da faculdade, com 19 anos, tive minha filha, Luiza. E nos meus 30 anos casei pela segunda vez e ganhei de “brinde” meus emprestados Felipe e Mateus.
E foi dessa junção da maternidade com a vida de “boadrasta” – essa modalidade engraçada e meio complicada de maternidade – que surgiu a ideia de ter meu negócio.
No meu caso não foi uma vontade específica de ter um negócio, mas a vida com as crianças de idades e sexos distintos, a busca por atividades, roupas, lugares e tudo que envolve filhos (mesmo que emprestados), somada ao fato de eu ter sido a primeira a ter filhos entre as amigas, que levaram ao momento “eureka!”.
Como o empreendedorismo aconteceu para mim
Como mencionei acima, sempre fui envolvida com o universo infantil. Além disso, fui a primeira a ter filho e ainda dois emprestados, também mais velhos que os filhos das amigas.
Junta-se à isso minha sede por coisas novas e diferentes e uma grande mania de guias, em especial os de viagem, e um marido que adora tecnologia.
Isso foi em meados de 2006, o que significa que a internet ainda dava seus primeiros passos rumo à dominação mundial (eram apenas 10 anos da comercialização da internet no Brasil, 6 do surgimento dos primeiros provedores de acesso gratuito e apenas 2 da chegada do Orkut – sim, já passei dos 40 e tive conta lá!).
Havia alguma coisa impressa na linha de guia, e também alguma dica ali e outra aqui nos jornais sobre programação infantil e, claro, as revistas mensais especializadas.
Mas buscando naquele novo mundo virtual e globalizado, não encontrei nada que satisfizesse a minha própria curiosidade sobre crianças.
E foi assim, num estalo durante uma conversa com o marido que tivemos a ideia de montar um portal onde mães, famílias e qualquer pessoa envolvida com o universo infantil pudesse encontrar TUDO aquilo que um dia pudesse precisar.
Assim, em 2007, nasceu a então KIDS in Rio, hoje KIDS in.
Um espaço com guia das cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba, cheio de matérias e artigos com assuntos relevantes e ainda agenda de final de semana das 3 cidades!
Chegamos, também, a ter 23 edições de revista trimestral (22 impressas e 1 feita somente para tablets), mas decidimos manter o foco no nosso ponto de partida – a internet.
O significado de empreendedorismo que não está nos dicionários
Mas o que esse empreendedorismo significa, para mim, na prática? Posso dizer o que disse no começo: decidir empreender é uma decisão e uma forma de viver muito próxima da maternidade.
É preciso estar ciente de que a sua dedicação é integral e deve durar o tempo que se pretende manter o empreendimento de pé.
É preciso saber que ele demandará tempo e dinheiro. Que dá trabalho, na maioria das vezes, bem mais do que um emprego regular.
Porém, assim como um filho que cresce e ganha o mundo, um negócio que cresce, se mantém, dá frutos, traz uma enorme satisfação, uma sensação de orgulho e missão cumprida (e comprida)!
Cynthia Jacques é diretora da KIDS in, mãe da Luiza, boadrasta do Felipe e do Mateus, tia do Phill, madrinha do Gui, tia de um monte de criança maneira, ex-professora de ballet e sapateado, além de fonoaudióloga.