Igualdade de Gênero ajudando a desenvolver talentos
Quem nunca reproduziu a ideia de que a carreira de humanas é só para mulher e de que a de exatas é só para homens? Ou que os homens cuidam das finanças da casa e a mulher dos afazeres domésticos? O que parece um senso comum inofensivo na verdade afeta gravemente a autoestima de muitas meninas. É o alerta trazido por um estudo da revista Science, que analisou esses estereótipos e concluiu: as meninas tendem a achar os meninos mais inteligentes e capazes. A partir dos 6 anos elas param de associar o brilhantismo a si mesmas e passam a associar habilidades mais valorizadas socialmente ao sexo masculino.
Analisando essa informação, surge a pergunta: o que podemos ganhar se combatermos esse tipo de crença?
Alunos mais autoconfiantes, mais harmonia em sala de aula e maior progresso econômico!
“Progresso econômico?” – Sim, isso mesmo! Um estudo realizado pelo Banco Mundial apontou que, se as mulheres tivessem as mesmas oportunidades de trabalho dos homens, a produtividade na América Latina poderia aumentar em até 16%. E, no mundo, esse número poderia chegar a até 25%.
Aqui no Brasil, projetos como o “Elas nas Exatas” têm incentivado meninas do ensino médio a brilharem na carreira de exatas. A ideia é que elas não sejam desestimuladas durante o percurso até a escolha da profissão por conta de estereótipos e comentários sexistas. Esse olhar enviesado sobre as habilidades de cada um pode ser evitado desde bem cedinho.
E no seu dia a dia na escola, como você pode trabalhar esse tema?
Em sala, procure ficar atento à forma como seus pequenos falam a respeito das profissões. Durante a aula, cite algumas profissões e pergunte o que eles acham. Um exemplo: pergunte aos meninos se eles seriam professores de português e se as meninas seriam professoras de matemática. A partir da resposta, questione os que atribuírem a disciplina ao gênero. Por exemplo: caso eles digam que o português é uma matéria para meninas, aponte grandes escritores do sexo masculino. No caso delas, quando elas disserem que matemática e química não são para meninas, cite o nome de cientistas, como Marie Curie. Faça com que eles pensem sobre as próprias afirmações e gere curiosidade!
Independente da carreira, o importante é que todos se sintam livres para seguirem suas escolhas e seus sonhos – sem importar área, o curso ou qualquer outra categoria. Afinal de contas, como sabemos, qualquer sociedade é melhor quando o grau de liberdade e igualdade é alto. Através da palavra ou através do número, vamos ajudar nossos pequenos a explorarem e exibirem seus talentos? =)
Heberth Augusto
16/novembro/2017 @ 10:34
Seria interessante uma publicação sobre a tão temida “Discussão de Gênero”. Pelos comentários é explícito que muitos professores ainda não entendem o real significado de se discutir gênero nas escolas.
“Ao contrário do que muita gente tem pensado e disseminado nas redes sociais, as discussões sobre gênero e orientação sexual na escola não partem do objetivo de ensinar aos alunos que todos nós nascemos sem gênero definido e que, socialmente, ele é construído. Esta teoria até existe e tem sido discutida em algumas universidades: chama-se Teoria Queer, da filósofa norte-americana Judith Buttler, mas é apenas uma teoria acadêmica e está longe de ser implementada em nossas escolas. A palavra gênero não implica uma teoria, mas sim uma identidade, que é um processo individual do indivíduo, assim como se dá a orientação sexual. Diversos países desenvolvidos e com uma educação internacionalmente reconhecida, como a Finlândia, a Dinamarca, Alemanha e até mesmo os Estados Unidos tem debatido a questão em suas salas de aula. E até hoje não se sabe de um único professor que tenha influenciado na orientação sexual ou na identidade de gênero de qualquer um de seus alunos.
No Brasil, o que nossos alunos precisam aprender é que a diversidade é a grande marca do mundo. Enquanto educador, penso que a escola, de forma técnica, profissional e competente, deve falar destes temas para diminuir o choque e evitar o senso comum. É direito da escola e dos pais optarem por qual recorte vão fazer na educação, mas mesmo a escola mais reacionária ou a mais conservadora possível vai enfrentar o fato de a sociedade é maior do que ela mesma. É saudável que tanto os pais quanto a escola preparem o aluno para o planeta. A diversidade é a marca do mundo, temos uma variedade enorme de comportamentos, de identidades, de orientações sexuais. O Brasil é campeão de crimes contra a população LGBT e, quando a escola não trata este tema em sala de aula, permite-se que o preconceito e o senso comum dominem. Ao contrário do que os conservadores pensam, o ensino de gênero impede os problemas e não o contrário.
Acredito que o processo educativo não se dá apenas na preparação dos alunos para enfrentar os desafios acadêmicos e profissionais, mas também na construção de cidadãos melhores, aptos a construir um mundo mais justo, fraterno e livre de conflitos. Os pais devem ver com mais absoluta tranquilidade quando a escola aborda temas recorrente na atualidade, como o racismo, machismo, inclusão de pessoas com deficiência e a LGBTfobia. Todas as pessoas nascem diferentes uma das outras e devem conviver de forma harmônica. As instituições particulares de ensino prezam pela contratação de uma equipe preparada e todos os temas abordados em sala de aula são previamente discutidos e analisados de forma séria e ética. Nem a escola – e qualquer instituição – tem o papel de tentar manipular ou interferir na orientação ou na identidade de alguém, mas pode ajudar a instaurar a cultura do respeito às diferenças e preparar os alunos a compreender um mundo tão plural e diverso.
É preciso entender que o mundo evolui e a escola, como grande promovedora da educação e formação cidadã, não pode ficar para trás. Há poucas décadas, em alguns lugares do mundo, negros eram proibidos de frequentar as universidades, de utilizar banheiros comuns, de concorrer a concursos públicos. E a grande maioria achava a atitude correta. Há poucas décadas, mulheres também eram impedidas de votar, de trabalhar, de dirigir veículos. Até hoje, pesquisas apontam que a diferença de salário entre homens e mulheres que ocupam o mesmo cargo ainda é significativa. O mundo é desigual, injusto e muita coisa ainda precisa ser feita para que todas as pessoas, independente de cor da pele, gênero ou orientação sexual possam usufruir uma vida digna e com oportunidades. Vamos fazer nossa parte?”
BARBINI, Emiro. Diretor do SINEP-MG – Precisamos falar sobre Gênero – Revista Planeta Kids, 2017.
JURACY GOMES DE FIGUEIREDO
16/novembro/2017 @ 15:51
No campo de idéias tudo se acomoda. Ideologia é a liberdade de pensar e expor. Por isso não pode passar de ideologia. Podemos e devemos evoluir e não desconstruir.
Esta discussão em apresentar estas idéias às crianças é absolutamente equivocada e fere os direitos fundamentais da família.
Que Deus tenha misericórdia desta geração!
neusa loureiro de almeida
15/novembro/2017 @ 13:18
gostaria de maiores informações sobre o tema.
Kátia Aparecida Mendes Góes Oliveira
15/novembro/2017 @ 03:38
Esse tema tem uma função social positiva ao tratar da igualdade profissional entre os gêneros. Mas a parte negativa é quando querem incutir em nossas crianças certas teorias s de certos movimentos, aí sou totalmente contra.E me parece que o intuito de vcs e refletir de forma positiva.
Morgzna
14/novembro/2017 @ 23:02
Sempre achei que do ponto de vista intelectual tanto os meninos quanto as meninas tem as mesmas condições. Bom ver que não estão disfarçadamente defendendo os furiosos grupos LGBT e afins.
Alonso Vilhena
12/novembro/2017 @ 15:48
Pensei que o assunto girava em torno de teoria queer, mas felizmente não é. Esse é um assunto que se alastra, discutir igualdade de gênero não vejo problema, porém discutir questões de gênero sob o olhar de movimentos ideológicos, como o LGBT, é algo que eu como professor não concordo en relação às crianças.
Maria Neyde Guimarães
09/novembro/2017 @ 16:50
gostaria de receber melhor informação sobre o tema, igualdade de gêneros, para que eu possa trabalhar melhor em sala de aula.