Dia da liberdade de pensamento: lições para a sala de aula
Mês de julho é um mês particularmente importante para mim, pois é nele que celebro o meu aniversário natalício e muitos outros acontecimentos existenciais significativos! Nostalgia à parte, vamos falar das datas comemorativas que escolhi para direcionar minha reflexão de educadora, nesse mês tão significativo: dia da liberdade de pensamento, que é comemorado no dia 14 de julho, estabelecendo-se uma inter-relação com o dia 20, dia do amigo e dia internacional da amizade.
Você pode estar se perguntando: “Como se dá essa relação?”. É que, para uma educadora, todas as coisas estão interligadas por uma teia tênue; invisível, muitas vezes, para o senso comum.
Costumo dizer que a poesia do cotidiano nos amarra aos fatos, misturando presente, passado e futuro num mesmo verso, cujo reverso é a celebração da liberdade de pensamento que conquistamos e que temos a obrigação fraterna de deixá-la como legado às gerações futuras!
Assim, entre metáforas, revelo o meu lado mais humano e mais bonito e ouso respingar de poesia essa reflexão, em homenagem ao Dia da Liberdade de Pensamento.
Acredito que meus leitores entenderão essa postura, pois já os considero amigos e coautores de meus textos, por comungarmos os mesmos ideais, mesmo que não necessariamente as mesmas opiniões.
E esse respeito pela diversidade de opinião fascina-me tanto quanto a própria diversidade.
Vamos aos fatos: o Dia da Liberdade de Pensamento foi instituído na França e é uma homenagem ao marco inicial da Revolução Francesa: a queda da Bastilha.
Atualmente, a data é mundialmente celebrada e o direito da liberdade de pensamento está contemplado nos artigos 18 e 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, promulgada pela ONU (Organização das Nações Unidas), em 10 de dezembro de 1948.
No Brasil, a liberdade de pensamento é assegurada a todos os cidadãos através da Constituição Federal de 1988.
Já o Dia do Amigo e Dia Internacional da Amizade, celebrado em 20 de julho, foi primeiramente adotado em Buenos Aires, na Argentina, através de um Decreto.
Aos poucos passou a ser comemorado em outras partes do mundo, e hoje quase todos os países festejam esta data. A data foi criada pelo argentino Enrique Ernesto Febbraro, que considerou a chegada do homem à lua como um símbolo de união entre todos os seres humanos.
Vale lembrar que no dia 20 de julho de 1969, a humanidade deu, literalmente, um passo muito além de suas fronteiras terrestres quando pela primeira vez um homem pisava na Lua.
O feito do astronauta norte-americano Neil Armstrong e do seu colega Buzz Aldrin foi transmitido ao vivo para 100 milhões de pessoas. Ao pisar na superfície lunar, Armstrong disse a famosa frase: “Este é um pequeno passo para o homem e um salto gigantesco para a humanidade”.
Todos os meses, eu venho fazendo uma reflexão sobre uma data comemorativa e sugerindo algumas atividades/dinâmicas para serem desenvolvidas em sala de aula.
Não perderei esse foco e não me afastarei do compromisso mensal com os leitores desse Blog. Só que, no momento, faço-o de maneira subjetiva, considerando a crise ética que assola a sociedade brasileira.
E assim procedo, por acreditar na força transformadora da Educação e no poder do Professor/Educador como agente de transformação.
Foquemos, pois, em duas das 10 competências da BNCC (Base Nacional Comum Curricular), mais especificamente nas competências 9 e 10:
9 – Empatia e cooperação;
10 – Responsabilidade e cidadania.
Aproveitem o ensejo dessas datas em questão, para propor atividades que valorizem e exercitem a empatia, o diálogo, a solidariedade, a cooperação e o respeito.
Mostrem aos alunos, mesmo aos mais pequeninos, que é preciso ter responsabilidade. O direito à liberdade de pensamento é um grande tesouro que nos é apresentado em vaso de argila – essa metáfora mostra a fragilidade desse direito quando o usamos sem o devido cuidado!
Com o advento das redes sociais, não raro vemos a liberdade de pensamento causando aborrecimentos, brigas e conflitos de muitas naturezas…
Precisamos tomar decisões e agir com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.
Ensinem aos seus alunos que a nossa essência é o Amor e que, ao nos afastarmos dela, fragilizamos a Humanidade.
Sei que cada educador (a) encontrará uma maneira especial e criativa de trabalhar essas duas competências que, certamente, já são trabalhadas no dia a dia, e para as quais eu peço uma abordagem nova, na celebração do Dia da Liberdade de Pensamento e no Dia do Amigo.
Conto com vocês nessa missão de transformarmos o mundo em um lugar melhor, através da Educação, da Leitura, da Reflexão e (por que não?), da Poesia!
Bernadete Valadares é professora de Língua Portuguesa, Redação e Literatura. Completamente comprometida com o propósito da educação e encantada com seus pequenos grandes alunos!