Comunicação não-violenta: por que conhecer?
Já parou para pensar em como as palavras têm um imenso poder sobre nós? E como os pequenos são ainda mais afetados quando uma ordem é dada em um determinado tom?
Apesar de estarmos sujeitos a dizer frases hostis vez ou outra, há como evitar isso através da comunicação não-violenta. Para entender por que ela é importante, vamos analisar as frases abaixo:
– Não chore!
– Vou deixar você de castigo!
– Cala a boca e presta atenção!
– Senta lá!
– Deixa de malcriação!
– Eu vou arrancar a sua língua!
– Você é surdo? Já falei um milhão de vezes pra não fazer isso.
– Você é muito feio por ter feito isso.
O que elas têm em comum? Todas repercutem um tom agressivo. E todos nós já escutamos ou reproduzimos tais expressões. O problema é que elas são prejudiciais na comunicação com as crianças e, infelizmente, são usadas em sala de aula.
Porém, é essencial que tenhamos uma maior consciência sobre seus impactos para buscarmos uma melhora no relacionamento com os alunos. Vamos ver como fazer isso, então?
Antes de tudo, é importante entender a violência intrínseca a tal oratória. Não assimile apenas violência com um ato físico.
Determinadas falas podem ser tão agressivas quanto atitudes, além de marcarem os pequenos. Por isso, é tão valioso conhecer a comunicação não-violenta.
Além de ser clara e empática, esse tipo de comunicação é útil para resolver conflitos, como desentendimentos em sala de aula.
Cria-se uma cultura de compaixão e de capacidade verdadeira de escutar o outro. Saber debater sem envergonhar, coagir ou ameaçar.
A comunicação não-violenta pode ser aplicado na escola não apenas parar amenizar atritos, mas como mecanismo para promover habilidades de comunicação e técnicas de resolução de conflitos.
Tudo em prol de maximizar o potencial estudantil, fomentando primeiramente a segurança emocional do aluno.
Essa prática em comunidades escolares tem ajudado professores, coordenadores, estudantes e pais. Por que ela é tão relevante?
Porque é essencial para tornar a escola um lugar onde os alunos gostam de aprender, os professores adoram ensinar e onde os pais se sentem confiantes de que seus filhos estão sendo respeitados e estão respeitando o próximo.
E mais: a adesão da comunicação não-violenta traz uma gama de benefícios para todos os envolvidos.
Menos conflitos, maior habilidade na mediação de conflitos que surgem em sala de aula, habilidade de ouvir um ao outro e respeito mútuo entre todos os membros da escola são os ganhos evidentes através dessa técnica.
Como reflexo, os alunos assumem a responsabilidade pela aprendizagem, possuem uma aprendizagem mais engajada e se mostram mais cooperativos.
Além disso, o ambiente escolar se torna mais divertido para todos e alunos e professores se sentem seguros no colégio.
É importante frisar que a proposta da comunicação não-violenta é sair da lógica da punição, do certo e do errado, de culpar alguém e desconstruir comportamentos pré-estabelecidos.
É quebrar a visão de que há apenas um meio de se comunicar ou de que apenas por esse meio que a criança vai entender. A intenção é apresentar um novo jeito de se comunicar.
Essa comunicação nos ajuda a responder a necessidade de comunicação e ensina como construir e melhorar a nossa relação com o outro.
Dessa forma, bem como pensar em atividades e novas experiências para os alunos no início de cada ano letivo, reflita sobre a comunicação dentro da escola. E para implementar tal proposta, busque referências.
Para isso, é necessário compreender que o método da comunicação não-violenta é divido em quatro áreas principais. Vamos conhecê-las e colocá-las em prática:
Observação: peça para seus alunos observarem as ações que os afetam, sem julgamentos ou avaliações pessoais. E transforme essa observação em uma declaração. Muitas vezes as pessoas têm valores diferentes e por isso gera-se o conflito. É importante perceber como cada um avalia a atitude do outro.
Sentimento: como segundo passo, instrua os estudantes a identificar o que sentem com as ações do colegas. Eles devem se perguntar: como eu me sinto com isso? Ansioso? Nervoso? Triste? O importante é que cada um consiga especificar o sentimento e transforme em uma palavra.
Necessidades: fale com o outro sobre os desejos e necessidades que trazem o sentimento identificado anteriormente à tona. Além disso, será uma atividade para compreender seus próprios desejos e valores que guiam os sentimentos. Fale com o outro, sem julgar, sobre o assunto, para que haja uma ideia melhor do que está acontecendo.
Pedidos: agora é a hora de orientar os alunos a pedir uma ação concreta do colega de classe. Depois de identificar sua necessidade, expresse de forma clara o que quer e o que espera que o outro faça. É claro que a criança tem o direito de recusar ou oferecer uma alternativa. Afinal de contas, cada um tem um desejo e nem sempre será correspondido. Mas é vai ser aqui que a criança vai aprender: explique que isso é normal e que deve-se esperar tal reação do outro.
Novamente, a estrutura da comunicação não-violenta deve ser incorporada por todo os envolvidos na atmosfera pedagógica.
Engajar os pais e responsáveis, além dos funcionários do colégio, é um dos processos de extrema importância para obter êxito. Afinal de contas, as crianças e jovens se espelham na imagem ou o comportamento dos adultos próximos.
Desta maneira, tenham todos a consciência de que é um trabalho coletivo e que não adianta repassar para os alunos um comportamento que os professores, coordenadores e pais não exercitam.
Sendo assim, dentro do planejamento do ano letivo, inclua reuniões com os pais e aborde o tema em classe logo nas primeiras semanas de aula.
Estruture atividades e dinâmicas que estimulem tais práticas e elabore exemplos e boa comunicação entre as crianças e jovens. Incentive um aprimoramento no modelo educacional, investindo em professores mais afetuosos e empáticos com os colegas ao lado.
Tudo isso se torna uma ferramenta para melhorar cada vez mais a integração do aluno com a escola e suas relações sociais.
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