Competências socioemocionais: o que a BNCC diz sobre elas?
Desde o início dos debates sobre as mudanças na educação brasileira, a Base Nacional Curricular Comum (BNCC) tem colocado nos holofotes novas prioridades pedagógicas. Dentre algumas propostas, as competências socioemocionais são um dos destaques. E o que isso significa?
Que, assim como o desenvolvimento cognitivo, as competências socioemocionais deverão ser aprendizagens essenciais nas salas de aulas.
Trabalhada em etapas, a nova base educacional explicita as novas demandas desde a Educação Infantil até o Ensino Médio e como deve ser acompanhado o progresso do aluno na escola.
Quanto à Educação Infantil, a BNCC estrutura cinco campos de experiência, onde as crianças serão expostas a saberes e conhecimentos fundamentais para o seu desenvolvimento.
E um deles é intitulado de O Eu, o Outro e o Nós, que analisa a importância de ensinar aos pequenos como expressar-se, respeitar o próximo, compreender ações e efeitos, integração e responsabilidade.
Analisando o documento da nova base pedagógica, o intuito da nova abordagem é explicado de forma objetiva e clara:
“É na interação com os pares e com adultos que as crianças vão constituindo um modo próprio de agir, sentir e pensar e vão descobrindo que existem outros modos de vida, pessoas diferentes, com outros pontos de vista. Conforme vivem suas primeiras experiências sociais (na família, na instituição escolar, na coletividade), constroem percepções e questionamentos sobre si e sobre os outros, diferenciando-se e, simultaneamente, identificando- se como seres individuais e sociais.
Ao mesmo tempo que participam de relações sociais e de cuidados pessoais, as crianças constroem sua autonomia e senso de autocuidado, de reciprocidade e de interdependência com o meio.
Por sua vez, na Educação Infantil, é preciso criar oportunidades para que as crianças entrem em contato com outros grupos sociais e culturais, outros modos de vida, diferentes atitudes, técnicas e rituais de cuidados pessoais e do grupo, costumes, celebrações e narrativas.
Nessas experiências, elas podem ampliar o modo de perceber a si mesmas e ao outro, valorizar sua identidade, respeitar os outros e reconhecer as diferenças que nos constituem como seres humanos.”
Ou seja, de acordo com a BNCC, é essencial que os estudantes sejam capazes de:
– Respeitar e expressar sentimentos e emoções, atuando com progressiva autonomia emocional;
– Atuar em grupo e demonstrar interesse em construir novas relações, respeitando a diversidade e solidarizando-se com os outros;
– Conhecer e respeitar regras de convívio social, manifestando respeito pelo outro.
Além disso, vale lembrar que entre as competências da nova base curricular, é estabelecido que os educadores ofereçam a aos estudantes oportunidades de:
– Conhecer-se, apreciar-se e cuidar da sua saúde física e emocional, reconhecendo suas emoções e a dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas e com a pressão do grupo;
– Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais.
Assim como seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de origem, etnia, gênero, orientação sexual, idade, habilidade/necessidade, convicção religiosa ou de qualquer outra natureza, reconhecendo-se como parte de uma coletividade com a qual deve se comprometer;
– Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base nos conhecimentos construídos na escola, segundo princípios éticos democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.
Assim, percebe-se que as competências socioemocionais estarão sempre presentes em todos os momentos e outras competências da BNCC. Elas são complementares aos processos de aprendizagem já conhecidos e até mesmo podem elevar seus benefícios.
É importante ressaltar que toda a proposta da Base neste aspecto da educação básica é pautada por eixos estruturantes das práticas pedagógicas, que são nada menos que as interações e as brincadeiras.
Ações que permitirão as crianças a construírem e vivenciarem possibilidades de aprendizagens, desenvolvimento e socialização.
Professores, pais e responsáveis sabem o quão importante é ensinar aos alunos a se expressarem.
Quando se fala sobre competências socioemocionais, estamos refletindo sobre o desenvolvimento da criança como um indivíduo, seus sentimentos e necessidades. Ferramentas fundamentais para estimular um crescimento emocional positivo dos pequenos! 🙂
O acesso à educação de competências socioemocionais contribui para a formação de indivíduos éticos que promovem a cidadania, o respeito, além de desenvolver outras características, como: autoconfiança, perfil inovador, senso crítico e espírito empreendedor.
É essencial para formarmos seres humanos que consigam compreender o todo ao invés das partes, saibam resolver conflitos, tenham criatividade para se reinventar diante de crises e conseguir superá-las e que busquem construir uma sociedade mais justa.
O que leva também a crer que melhorias de convivência entre os alunos poderão ser concretizadas, como a diminuição do bullying.
Assim como uma facilidade maior de adeptos a regras de coletividade na sala de aula.
Tudo isso resulta em estudantes mais confiantes, mais criativos e mais engajados. O que leva a positivos ciclos de troca de experiência entre a escola e seus alunos.
Uma via de mão dupla que é alimentada constantemente. Tudo em prol de saber trabalhar todo o potencial entre os envolvidos, onde o foco, é claro, é o estudante.
Dessa maneira, é perceptível que a BNCC e suas diretrizes possuem um cuidado maior com a formação integral dos estudantes, além de focar apenas em competências voltadas para o desenvolvimento intelectual/cognitivo e o mercado de trabalho.
Desta vez, o aspecto socioemocional finalmente ganhou o mérito que merecia, mostrando o quão importante é saber educar por completo os estudantes e torná-los bons cidadãos.
A identidade pessoal, a experiência com coletividade e diversas linguagens e a boa comunicação são questões que devem sempre ter ênfase na intencionalidade educativa das atividades da classe.
Por isso, vale recordar novamente a importância de bons planos de aula, produtivas reuniões pedagógicas e inovações educacionais.
E você, como tem se preparado para ensinar cada vez mais as competências socioemocionais aos alunos? 😉