Como combater fake news: o que a escola pode ensinar aos alunos!

Vivemos em um mundo conectado pela internet. Junto com os benefícios que a tecnologia nos traz, porém, também vêm os malefícios. E um deles é a repercussão de notícias falsas. Pensando nisso, como combater fake news?

Com alguns métodos e observação, todos podem aprender a reconhecer uma notícia falsa. Todos, inclusive crianças e jovens, que agora têm em seus currículos escolares a preocupação em analisar a credibilidade das notícias espalhadas pela internet.

A capacidade de analisar criticamente o conteúdo que se consome é uma das competências fundamentais para o século XXI. Não basta só estar na internet, é preciso descobrir, avaliar, sintetizar e produzir informações.

A própria BNCC (Base Nacional Comum Curricular) incluiu tal habilidade em suas exigências, orientando professores e alunos a:

“Analisar o fenômeno da disseminação de notícias falsas nas redes sociais e desenvolver estratégias para reconhecê-las, a partir da verificação/avaliação do veículo, fonte, data e local da publicação, autoria, URL, da análise da formatação, da comparação de diferentes fontes, da consulta a sites de curadoria que atestam a fidedignidade do relato dos fatos e denunciam boatos etc”.

Além disso, uma vez que um estudo recente da Universidade de Stanford mostrou que estudantes em praticamente todos os níveis de ensino não podem conseguem separar notícias falsas do material real, o esforço para ensinar alfabetização midiática ganhou mais força.

O estudo mostrou que, enquanto os estudantes absorvem a mídia constantemente, eles muitas vezes não têm as habilidades de pensamento crítico necessárias para identificar a veracidade de uma notícia.

Ensinar alfabetização midiática não é nova, mas com a explosão das mídias sociais e as velocidades relâmpago com as quais a informação é compartilhada, as habilidades críticas de avaliação nunca foram tão importantes.

Por isso, a escola pode (e deve) mostrar aos alunos como combater fake news. Entenda de que forma!

O papel dos educadores

Então, como os educadores podem lidar com essa crise emergente na alfabetização digital?

À medida que a tecnologia digital se torna mais importante para as salas de aula do século XXI, os educadores agora não têm outra escolha senão ensinar essas habilidades de detecção de informações falsas.

Embora a ideia de ensinar mais uma coisa possa não parecer tão simples, pode ser surpreendentemente fácil incorporar essas habilidades até mesmo em uma simples tarefa de aula.

O que pode ser difícil é o controle e consciência da lista aparentemente interminável de lugares onde os estudantes podem se deparar com notícias falsas ou informações distorcidas disfarçadas de notícias e as formas aparentemente intermináveis como elas podem ser apresentadas.

Por isso, o melhor que os educadores podem fazer é ensinar os jovens a criticar tudo o que leem e a dedicar um tempo para verificar o que encontram.

Há também lições simples que ensinam as crianças a diferenciarem facilmente os anúncios e o conteúdo patrocinado procurando apenas dicas visuais.

Desta forma, as escolas estão apostando em atividades de combate a fake news com:

• Estimule o pensamento crítico

No passado, quando você precisava de informações, você ia a uma enciclopédia e podia confiar que a informação seria verdadeira, mas agora todos vão ao Facebook ou sites de notícias e precisam ser capazes de avaliar o que é confiável.

E distinguir o que é verdadeiro do que é falso é um julgamento crítico. Por isso, o primeiro passo é sempre relembrar que existem muitas notícias falsas e que para reconhece-las é necessário questionar e pensar criticamente – essa é uma tarefa muito importante.

Essa avaliação é sobre a capacidade dos jovens de ver o mundo através de diferentes perspectivas, apreciar diferentes ideias, estar abertos a diferentes culturas.

Ou seja, é cada vez mais importante que os jovens se envolvam com a diversidade, entendam diferentes valores culturais e históricos e busquem sempre formar sua própria opinião após pensar criticamente sobre o que foi lido ou visto.

• Ensine aos alunos de onde vêm todas as informações

Devemos evitar ensinar aos alunos que a web é sobre binários – o falso versus o real. Em vez disso, vamos ensiná-los a fazer perguntas sobre de onde podem surgir as informações.

Para isso, os professores podem se utilizar de uma lista de análise de sete pontos para os alunos seguirem como teste.

1. Você sabe quem é a fonte ou se a notícia foi criada por uma fonte comum ou bem conhecida?

2. Como isso se compara ao que você já conhece?

3. A informação faz sentido? Você entende a informação?

4. Você pode verificar se as informações estão de acordo com três ou mais outras fontes que também são confiáveis?

5. Os especialistas da área estiveram conectados a ele ou criaram as informações?

6. Quão atual é a informação?

7. Tem direitos autorais?

• Ensine a estrutura de uma notícia

Esta é uma lição de como combater fake news que começa com alguns exemplos de notícias confiáveis e falsas. E, para isso, é legal que algumas noções básicas de jornalismo sejam repassadas aos alunos.

Depois disso, eles identificam as diferentes partes das notícias, desde o lide (o que, quem, quando, onde, como, por que) até as citações. Os estudantes, então, inserem tudo isso em um diagrama no papel para que tenham uma representação visual do que estão lendo.

Esse diagrama acaba se tornando um guia para os alunos perceberem a estrutura das notícias e a notarem diferença entre elas, como algumas notícias falsas que não apresentam a assinatura de quem a escreveu ou informações bem genéricas, sem fontes e citações.

Nunca é cedo demais para ensinar habilidades de alfabetização midiática, por isso outra forma de ensinar a como combater fake news é com os professores começando no primeiro ou segundo ano com uma atividade simples.

Os alunos do ensino fundamental podem, por exemplo, ver um site que já podem estar usando e identificar os anúncios com notícias exageradas como distintos do conteúdo.

Essa tarefa simples os ajudará a começar a discriminar visualmente entre o conteúdo real de um site e o que é um anúncio.

Um professor também pode usar essa oportunidade para ajudar os alunos a entenderem o que são os anúncios e por que eles existem.

Ele também pode perguntar aos alunos o que eles acham que os anúncios estão tentando vender e por que uma empresa pode optar por anunciar nesse site em vez de outro.

A educação é uma estratégia de longo prazo. Ela cultiva futuras gerações de pensadores críticos que beneficiam nossa sociedade de outras maneiras além de combater notícias falsas. Também ajuda a abraçar uma diversidade de ideias.

A alfabetização midiática tem sido cada vez mais comum no currículo escolar, pois os professores confiam cada vez mais nos recursos on-line e no acesso que os alunos têm à internet para obter informações.

Isso tudo se torna uma parte vital da educação das crianças e jovens para serem cidadãos responsáveis e informados, preparados para contribuir para debates públicos de qualidade.

Como a sua escola tem combatido as fakes news em sala de aula?