Trabalhando a Tolerância com a Cultura Indígena
Desde criança temos uma referência exótica da figura do índio: as pinturas, os costumes, o estilo de vida… tudo parece muito distante da nossa realidade. Até aí, nenhum problema. O problema surge quando esse olhar torna-se discriminatório, levando-nos a olhar o índio como sinônimo de atraso.
Este ano, o aumento de episódios de preconceito contra indígenas no Pará levou o Ministério Público a lançar um material didático para combater o problema. Entender que a os indígenas, junto com os africanos e os europeus, constituem a base da formação da nossa sociedade é um passo essencial para evitarmos que os nossos pequenos reproduzam esse tipo de comportamento. Que tal pensarmos em propostas pedagógicas para aumentar o contato deles com a verdadeira identidade indígena?
Um quiz é um pontapé bem legal para iniciar o assunto em sala de aula. Seus alunos sabem que, das seis mil culturas existentes no mundo, os povos indígenas englobam aproximadamente cinco mil delas, tamanha sua diversidade cultural e social? E que o nosso hábito da limpeza, mais precisamente o banho, veio dos costumes indígenas? Eles também sabem que, atualmente, a maior parte dos indígenas mora em casa, e não oca ou maloca, como os estereótipos nos levam a pensar?
Nas próprias aulas de história do Brasil é importante reforçar que o conhecimento desse povo em relação ao território, à caça e à agricultura propiciaram o desenvolvimento do nosso país. A exploração do pau-brasil, por exemplo, um dos motores da nossa economia na época colonial, só foi possível graças ao trabalho realizado pelos indígenas, que utilizavam técnicas para explorar e transportar a madeira.
A antropóloga Camila Gauditano deu uma dica super bacana para transmitir esses valores aos pequenos. Um dia, seu filho acordou com preguiça para ir à escola e ela contou a história de um povo de uma determinada aldeia: “As crianças acordavam com frio porque lá a temperatura era baixa, mas seguiam a sabedoria dos mais velhos que diziam que tomar banho no rio os deixava mais fortes, corajosos e saudáveis”. Este povo a quem ela se referia era o Xavante, um dos mais de 200 povos indígenas que habitam o Brasil. De uma forma simples, ela desfez o ditado maldoso de que “o índio é preguiçoso” e, de quebra, trouxe uma motivação ao filho.
Outra sugestão é que você promova uma oficina cultural com seus alunos e peça para que eles, a partir das discussões em sala, escrevam sobre o que sabem a respeito dos indígenas. Faça um convite: peça para que pensem como seria o Brasil sem estes povos. Nosso país existiria? Os portugueses conseguiriam povoar nossas terras sem a ajuda destes nativos? Como nossas riquezas teriam sido exploradas sem o auxílio e conhecimento deles?
Esses questionamentos vão despertar a curiosidade das crianças e farão com que elas pensem sobre a figura do indígena. Com esse destaque à contribuição para a nossa cultura, os pequenos vão saber, desde cedo, o quão relevante é a história e atuação deste grupo para o nosso país. Assim, não haverá espaço para nenhum olhar discriminatório e etnocêntrico.
Programa de índio? Explore essa temática! 😉
Maria de Fátima Silva e Silva
12/novembro/2017 @ 03:39
Gostei muito da publicação sobre tolerância da cultura indígena, sou Professora no 3º ano fundamental e vou trabalhar com meus alunos a cultura indígena. é uma cultura muito rica.
sueli Marli Azevedo
10/novembro/2017 @ 23:22
gostei muito dessa publicação sobre a cultura indigena, vou trabalhar com os meus alunos do 1º ano fundamental menor. Parabens !!
Solange Costa
08/novembro/2017 @ 19:33
Gostei muito da publicação sobre tolerância da cultura indígena, sou Professora na Educação Infantil e, tenho levado artesanatos produzidos pelos índios também conversado à respeito das pinturas indígenas suas danças e modo de vida, cada uma tem um significado, tudo para valorização da cultura desse povo. Os pequenos amam. Pena que não há uma continuidade nas séries seguintes.