Setembro Amarelo na escola: como abordar temas sobre saúde mental
Setembro é o mês de prevenção ao suicídio. Entenda de que forma o tema pode ser abordado na escola.
O Setembro Amarelo é uma campanha brasileira de prevenção ao suicídio, criada pelo CVV (Centro de Valorização da Vida), CFM (Conselho Federal de Medicina) e ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria).
A ação é uma forma de estender o Dia Mundial de prevenção ao suicídio, promovido pela ONU e que acontece no dia 10 de setembro.
Entre os jovens, o número assusta: as mortes por suicídio entre 10 e 19 anos cresceram 18% de 2011 a 2015, segundo dados do Sistema Único de Saúde (SUS).
Pensando em desmistificar o tabu, cada vez mais os temas envolvendo saúde mental são tratados como prioridade e reforçados para que a prevenção venha através da informação.
E por isso, por que não começar a reflexão desde cedo promovendo o Setembro Amarelo na escola? Conheça algumas formas de desenvolver essa conversa com seus alunos.
- Desenvolva as habilidades socioemocionais
A escola é um dos primeiros espaços de socialização de uma criança e é, através dela, que começam as primeiras noções de pertencimento e de cidadania.
Por isso, é muito importante criar um ambiente acolhedor e assim, evitar casos de depressão e ansiedade que podem levar a algo maior.
Uma das formas de abrir caminho para conversar sobre o assunto é trabalhar as habilidades socioemocionais em sala de aula. Isso auxilia os alunos a reconhecer e a saber lidar com os próprios sentimentos.
Estimular o trabalho em grupo, incentivar o pensamento crítico, encorajar a expressão dos sentimentos – seja através da arte ou da escrita – são exemplos de como desenvolver o socioemocional na prática.
Assim, é possível criar uma relação de confiança com os alunos e onde eles podem enxergar um ambiente que esteja pronto para ajudá-los, mesmo que seja com assuntos pessoais.
- Acompanhe de perto os alunos
Alguns sinais podem indicar pensamentos ou comportamentos preocupantes e o melhor jeito para conseguir observá-los é estar sempre próximo dos pequenos.
Perceba se há algum aluno se isolando socialmente, caindo no rendimento escolar, desmotivado com as atividades ou até mesmo faltando muito às aulas.
Outras formas de se expressar é através da agressividade ou ao falar muito sobre morte. O Ministério da Saúde divulgou frases que alguém pode dizer ao estar com sentimentos depressivos.
Veja algumas delas aqui:
Além disso, uma medida importante é reparar as postagens dos alunos nas redes sociais. O ambiente virtual também acaba sendo um lugar para expor o que o aluno está passando.
Atenção também para as interações com outros alunos. O bullying pode ser a causa de muitas angústias e sentimentos que levam à consideração do suicídio.
Justamente pela escola ser um lugar de integração social, não se sentir pertencente ou acolhido é um dos grandes motivos para sentimentos que entristecem o aluno.
A extensão e intensificação dessa prática também vem através do cyberbullying, por isso a importância de conferir os comportamentos virtuais.
Promover o Setembro Amarelo na escola também é uma boa oportunidade para tratar sobre práticas contra o bullying e o cyberbullying.
- Inclua a saúde mental nas aulas de Biologia
Justamente por ser um tabu, a saúde mental não é tratada com devido alarde.
Sendo o suicídio a segunda causa de mortes em jovens de 15 a 29 anos, é preciso encará-la com a mesma importância que doenças físicas.
Por isso, inclua o debate nas aulas de Biologia e alerte os alunos a cuidar da saúde emocional do mesmo modo que a física.
Para ajudar a abordar esse assunto, o Ministério da Saúde elaborou 4 passos para auxiliar uma pessoa sob risco de suicídio:
- Instruir toda a comunidade escolar
Trabalhar o Setembro Amarelo na escola não envolve somente os alunos. Além deles, é preciso trazer essa conversa para os responsáveis, o corpo docente e até os funcionários da instituição.
Cada parte da comunidade escolar precisa se atentar para as causas e precauções, assim como perceber o seu papel nesse assunto.
Esteja sempre em contato com os responsáveis, não somente quando o aluno demonstrar algum comportamento diferente do habitual.
Alerte-os também quanto aos sinais, é possível que o pequeno expresse-os somente fora da escola.
Quanto ao corpo docente e aos funcionários, ofereça palestras, rodas de conversa e debates sobre as causas e prevenção do suicídio.
O CVV disponibiliza diversas dessas ferramentas para a sociedade. Além dos pequenos, é preciso também estar atento à saúde emocional de quem está em contato com eles.
O Ministério da Saúde preparou materiais especiais para a conscientização, que pode ser usado com toda a comunidade escolar. Você pode conferir esses materiais aqui.
Para buscar ajuda para prevenir o suicídio, busque o CAPS e Unidades Básicas de Saúde (Saúde da família, Postos e Centros de Saúde), UPA 24H, SAMU 192, Pronto Socorro e Hospitais.
Além disso, o Centro de Valorização da Vida disponibiliza o número 188 para ligações gratuitas a partir de qualquer linha telefônica fixa ou celular.
O serviço atende 24h todos os dias e é apenas uma ajuda voluntária para pessoas que querem e precisam conversar, sob sigilo.
Também é possível acessar www.cvv.org.br para chat, Skype, e-mail e mais informações.
E você? Já pensou em promover o Setembro Amarelo na escola? 😉