Dia do Índio na escola: as contribuições da UNESCO para o tema
2019 foi eleito o Ano Internacional da Línguas Indígenas pela UNESCO. Entenda a contribuição da organização para desenvolver o tema em sala de aula!
A celebração do Dia do Índio na escola está próxima. E como as instituições escolares podem trabalhar o tema de uma forma rica e pedagógica?
Por ocasião da data, é comum encontrar nas escolas comemorações com fantasias, crianças pintadas, música e atividades culturais.
No entanto, especialistas questionam a maneira como algumas dessas práticas são conduzidas e afirmam que, além de reproduzir antigos preconceitos e estereótipos, geram uma percepção superficial para os alunos.
E para refletir sobre o tema e como abordar o Dia do Índio na escola, que tal se inspirar na iniciativa da UNESCO para o ano de 2019?
UNESCO e as Línguas Indígenas
Para ajudar a fortalecer uma perspectiva mais qualificada sobre a cultura indígena, a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) declarou o ano de 2019 como o Ano Internacional das Línguas Indígenas.
Os conhecimentos, ideias de abordagem e materiais exclusivos estão disponibilizados em um site exclusivo que contribui para a conscientização social de se preservar, revitalizar e promover as línguas indígenas no mundo.
Por isso, é importante que os educadores estejam por dentro dessa iniciativa para tornar o Dia do Índio na escola ainda mais pedagógico.
No site oficial do Ano Internacional, todos os envolvidos e interessados podem encontrar informações sobre os planos para celebrar o Ano Internacional.
Além disso, para destacar a importância destas línguas, a UNESCO irá organizar inúmeros eventos e promover debates sobre a importância da preservação das línguas indígenas.
A ação da UNESCO nos leva a uma provocação de abranger o Dia do Índio na escola além do dia 19 de abril.
Para ajudar a fugir dos estereótipos e oferecer uma aula dinâmica e instrutiva, há algumas maneiras que os professores podem abordar com a sua turma.
A Lei 11.645/08 inclui a cultura indígena no currículo escolar brasileiro.
Por isso, por que não incluir no planejamento de História, de Língua Portuguesa e de Geografia discussões e atividades sobre a cultura indígena, ao longo do ano todo?
A partir de materiais de referência da própria UNESCO, os educadores podem elaborar aulas que proponham uma discussão mais rica sobre cultura indígena.
Veja algumas orientações para atingir esse objetivo em sala de aula:
Cuidado com imagens generalizadas
Existe uma grande variedade de povos indígenas em nosso país. Cada civilização tem códigos de condutas, hábitos e costumes diferentes.
Portanto, é importante não se apoiar somente nas imagens reproduzidas em atividades de colorir que trazem uma visão generalizada dos indígenas.
Atualmente, estima-se que existem aproximadamente 5 mil povos indígenas, chegando a 370 milhões de pessoas.
Uma proposta interessante é abordar a cultura de uma tribo, de determinada região do país, em atividades que apresentem os hábitos desse povo.
Levar um representante dessa comunidade para conversas com os estudantes é outra maneira positiva de apresentar parte dessa diversidade.
E se a sala for dividida em grupos e cada um pesquisar sobre uma tribo diferente?
Foque na diversidade das culturas indígenas
Existem diferentes livros infantis que abordam a história e as lendas indígenas.
Os professores podem apostar em rodas de leituras e falar sobre a maneira como os indígenas interagem com o meio ambiente.
Apresente algumas lendas também. Elas são formas de valorizar a cultura dos povos nativos.
Os povos indígenas vivem em conexão com a natureza. Dela, produzem diferentes objetos para caça e produzir sons.
Valorize a capacidade criativa desses povos, levando imagens, músicas e, se possível, o próprio objeto de materiais musicais desenvolvidos pelos indígenas, respeitando a tribo que está sendo estudada.
Leituras recomendadas
Nomes de referência como o escritor e professor Daniel Munduruku, um dos premiados com o Jabuti em 2017 na categoria literatura infanto-juvenil, tem várias obras em que discute a cultura indígena brasileira, entre elas “Contos Indígenas Brasileiros”.
“Kurumi Guaré no Coração da Amazônia”, de Yaguarê Yamã, e “A Terra dos Mil Povos: História indígena do Brasil contada por um índio”, de Kaka Werá Jecupé, também são leituras para os mais jovens.
Há também artigos para leitura dos professores que podem ajudar na formação, com “Povos Indígenas e Ensino de História: Subsídios para Abordagem da Temática Indígena em Sala de Aula”, de Edson Silva, e “Culturas em Transformação – Os índios e a civilização”, de Clarice Cohn.
O projeto “Línguas Indígenas”, da Estante Mágica
Para contemplar essa grande iniciativa da UNESCO, a Estante Mágica, maior projeto de incentivo à leitura do Brasil, lançou o projeto temático Línguas Indígenas do Brasil.
De acordo com a iniciativa pedagógica, os alunos aprenderão sobre a diversidade de povos indígenas e suas línguas, entendendo sua complexidade e quebrando a visão estereotipada que foi construída acerca dessa população.
O material é um benefício exclusivo das escolas parceiras da Estante Mágica.
Para participar do projeto gratuito que transforma cada aluno em autor do próprio livro e acessar o material, inscreva sua escola em www.estantemagica.com.br. =)