Por que a palmada não é eficaz para disciplinar, segundo cientistas
De acordo com cientistas, a palmada não é um mecanismo eficiente para disciplinar crianças. Entenda o porquê neste artigo!
Educar uma criança realmente não é fácil. Exige muita paciência, inteligência emocional e, até mesmo, contato com a área pedagógica. Nesse contexto, uma das estratégias mais discutidas entre os pais é a palmada.
Usada como forma de disciplinar, a palmada foi e, em alguns casos ainda é, um método recorrente entre pais e filhos.
Os pais geralmente usam palmada para reduzir o comportamento indesejável e incentivar uma atitude correta. Mas, como ele é voltado para o comportamento indesejável, o uso da palmada pode atender apenas à primeira meta dos pais.
Por isso, o questionamento é: a palmada realmente funciona como uma ferramenta disciplinadora?
De acordo com pesquisas realizadas mundialmente, a conclusão é que, por mais que os pais ou responsáveis pela criança tenham a melhor intenção, a palmada não é o melhor recurso a ser usado.
Estudos como o da Academia Americana de Pediatria apontam que a punição física não é recomendada e pouco eficaz para educar uma criança.
Além disso, resulta em efeitos negativos, como o risco das crianças desenvolverem problemas emocionais e comportamentais.
Por que a palmada é ineficaz se o objetivo é estimular um determinado comportamento?
A grande maioria dos cientistas sociais concorda que a punição física pode levar a problemas na infância e na vida adulta e não tem vantagens reais.
Apanhar não transmite uma orientação positiva sobre como se comportar em uma situação particular, e sim em como não se comportar se uma ameaça de punição estiver à vista.
As crianças aprendem comportamentos positivos ao praticar ações que funcionam, que levam a um sentimento de pertencimento e competência.
Eles internalizam o que praticam e o que sua família pratica. Sendo assim, aprendem as razões de suas ações a partir do que ouvem e são contados, mas a prática ativa tem o impacto mais profundo.
É só lembrar dos neurônios-espelho e como eles desenvolvem uma conexão entre pais e filhos. O modelo que a criança recebe e enxerga nos pais é o modo como ela interpreta as situações e atitudes.
Por isso, se a criança quebra algo dentro de casa e leva uma palmada ou é chamada a atenção com gritos por isso, ela não vai entender o motivo do erro.
E sim que errou, deixou seus pais zangados, sem saber como mudar para que não ocorra uma segunda vez.
O impacto da palmada no desenvolvimento da criança
Segundo o mesmo estudo, as crianças que recebem a punição física têm um relacionamento mais conturbado com seus pais.
Assim como tem níveis mais baixos de internalização moral, o que significa que são menos capazes de determinar que algo era moralmente errado por si só.
A palmada também foi ligada a uma saúde mental menos desenvolvida, onde a criança não compreende muito bem suas frustrações e como expressar seus sentimentos, como a raiva e tristeza.
Dessa forma, a pesquisa aponta níveis mais altos de agressão e comportamento antissocial – tanto na infância quanto depois na idade adulta.
E quais seriam as outras formas de disciplinar?
Muitos pais acreditam que a punição pode ser uma forma de correção do filho. Mas, mesmo sem enxergarem como tal, quando a punição é usada, ela é projetada para fazer as crianças “pagarem” pelo que fizeram.
Por isso, um dos primeiros passos é que haja uma mudança na mentalidade sobre a palmada. Segundos cientistas, um dos grandes empecilhos é desconstruir a associação dela como um recurso de disciplinar, algo que é repassado por gerações.
E com as novas descobertas e análises, os pais podem procurar novas formas de educar seus filhos sem castigá-los – que possuem efeitos muito mais positivos.
Um exemplo é a Disciplina Positiva, que é projetada para ajudar as crianças a “aprenderem” com o que fizeram, concentrando-se em soluções.
A maioria dos pais não percebe que, embora a punição funcione a curto prazo para impedir o mau comportamento, ela tem resultados prejudiciais a longo prazo, pois as crianças ficam com um sentimento de dúvida, vergonha, ressentimento e vingança.
Pais que optam pela punição querem resolver o problema ou o mau comportamento, mas acabam não atingindo a raiz do problema: a causa dele – já que todo comportamento tem por trás um motivo.
Indo mais a fundo no método alternativo de disciplina, o mesmo ocorre quando pais recorrem automaticamente ao castigo ou palmada sem entender bem o porquê do comportamento do filho.
Isso acontece pois provavelmente pais recorrem às Consequências Naturais ao invés das Consequências Lógicas. E o que seria isso? Qual a diferença entre elas?
Dentro da Disciplina Positiva, a Consequência Natural seria a aplicação de uma punição, seja verbal (gritando ou dizendo que irá parar de brincar, por exemplo) ou física (colocando de castigo num canto isolado).
Na Consequência Lógica, os pais incluem a criança na situação e na construção da solução, explicando a ela o que está acontecendo e o porquê das coisas.
Como profissionais podem oferecer ajuda
Através da pesquisa, a Academia Americana de Pediatria tem orientado os pediatras a ajudar os pais com estratégias parentais positivas e eficazes de disciplina para as crianças.
Segundo a Academia, o profissional, quando apropriado e/ou requisitado pelos próprios pais, deve aconselhar que a palmada não é um método de disciplina apropriado e eficaz.
O mesmo pode acontecer em escolas, com campanhas de conscientização sobre como qualquer tipo de punição, seja ela física ou verbal, pode ser prejudicial para os pequenos.
Por isso, é essencial um espaço para debates sobre o tema, para que, assim, haja uma busca conjunta de soluções para disciplinar as crianças sem a necessidade de recorrer a punições.
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28/dezembro/2018 @ 09:42
Many parents believe that punishment can be a form of correction of the child. However, I don’t agree with this statement.