Como (e por que) trabalhar empreendedorismo na infância
Não nascemos empreendedores, mas nascemos com características importantes que podem formar um empreendedor, se formos bem preparados para isso. E a escola pode fazer muito bem esse papel, em parceria com a família, para desenvolver o empreendedorismo na infância.
A necessidade do “brincar”que a criança possui é um comportamento natural que possibilita a criatividade, a inventividade e o simbólico. Fatores esses fundamentais no mundo do empreendedorismo.
Mais do que lucrar com uma proposta empreendedora, o foco da disciplina é na formação humana da criança, em ensinar as criança a valorizar o que ela tem, a pensar em soluções de problemas cotidianos e, ainda, prepará-la para inventar coisas que não foram pensadas por essa geração.
Quem serão os inventores do futuro? As crianças de hoje. Para tanto, a metodologia nas aulas de empreendedorismo propõe construir ao longo dos anos a concepção de futuro.
A conscientização do “depois”de “quando crescer serei cientista ou astronauta ou cantor”e estimular a criança a “sonhar”seus sonhos e a possibilidade de realizá-los.
A escola é um espaço social perfeito para essa prática educativa. O professor em cada faixa etária colabora com os alunos para traçarem possíveis caminhos e ferramentas que os levarão às hipóteses, às tentativas, à execução e ao resultado.
No entanto, haverá uma geração inventiva somente se inserirmos no ensino a valorização do lúdico, da capacidade em gerir suas dificuldades e inventar coisas que encorajarão a criança a ser persistente, autônoma, determinada, focada e comprometida com o mundo em que está inserida. E o caminho para tanto é ensinar a empreender.
As aulas de empreendedorismo devem ser prazerosas e lúdicas e direcionadas às crianças. Importante trabalhar com as crianças desde cedo durante as aulas a liderança, a assertividade, os princípios e valores, a ética e ensiná-los a lidar com o dinheiro.
Uma estratégia utilizada na metodologia do professor é trabalhar com as crianças que estas desenvolvem um papel importante em sala de aulas e incentivá-las e elaborar um projeto que as auxilie na economia doméstica.
Por exemplo: levar os alunos a preencher uma planilha de custos e pedir que individualmente diminua seu tempo de banho, apague as luzes todas as vezes que sair de um cômodo de sua casa, guardar o “troco” de suas compras, não jogar as roupas no chão e reutilizá-las se ainda estiverem limpas, e as sujas colocar no cesto, não desperdiçar comida no prato…
Ajudar a lavar a louça e fechar a torneira todas as vezes que estiver lavando e abrir somente no enxague, economizar os sacos de lixo.
A criança, com a ajuda dos pais, vai anotando na sua planilha o tempo, o custo de todas as atividades que estiver “diminuindo” em casa e juntamente com o professor realizar os cálculos e perceber a economia que conseguiu fazer.
O próximo passo será tanto o professor quanto o aluno demonstrarem aos familiares que todos juntos, empenhados nessa tarefa, conseguirão conquistar uma economia considerável ao final de um tempo.
Assim, além da criança ter a noção de dinheiro, ela aprende a trabalhar em grupo, a ter responsabilidade individual e coletiva, a ser independente e ter iniciativa.
Outro exemplo: o professor solicitar às crianças que organizem seu quarto e anotem todos os objetos que eles possuem. Ao receber a lista o professor irá separar com eles os objetos úteis, os que eles usam e os que não usam.
Ao final os alunos serão questionados sobre a quantidade de objetos que compraram ou ganharam e analisar se realmente são necessários ou indispensável para a vida deles.
Essa atividade inicia um trabalho de reflexão para as crianças a curto e longo prazo, fazendo eles refletirem sobre objetos que não precisam, compras por compulsão, a importância do ser e ter etc.
Em tempos de um mundo de valores rasos, dos prazeres momentâneos, do esforço mínimo, do “tudo pronto”, o trabalho com empreendedorismo será de grande valia para o desenvolvimento saudável dos alunos.
Elaine Regina Rufato Delgado é psicopedagoga, coordenadora pedagógica, especialista em Educação especial, escritora e Mestre em Educação.
Adriano
17/setembro/2018 @ 19:52
Perfeito! Ótimo texto… Parabéns
Zezé
16/setembro/2018 @ 20:50
Quando nascemos trazemos conosco uma folha de papel em branco onde escreveremos nossa história com o carinho, orientação e dedicação que recebemos daqueles que nos cercam. Excelente texto, amiga.
Miryan
16/setembro/2018 @ 19:30
Parabéns!!! Amei, professora Elaine. Como sempre, excelente texto.
Sílvia Horwat
16/setembro/2018 @ 18:57
Excelente texto! Importante reflexão!
Cléo Rufato Grabner
16/setembro/2018 @ 18:49
Texto fantástico. Parabéns !
Daniel
16/setembro/2018 @ 18:23
Muito legal
Parabens