20 livros para promover a representatividade negra na escola
Texto originalmente publicado em 18/11/19 e atualizado em 19/11/24.
Desde a infância, é importante trabalhar a identidade racial. Por isso é necessário explorar a representatividade negra e o respeito à diversidade com os alunos.
Saiba de que forma abordar o assunto de forma lúdica em sala de aula!
Promover conhecimento sobre os tipos de representatividade é um tema cada vez mais necessário em sala de aula.
O Brasil é um país com diferentes identidades raciais e as pessoas que se declaram negras ou pardas compõem mais da metade da população.
No texto de hoje, vamos trazer 20 sugestões de livros e outras informações valiosas para ajudar você a abordar essa temática de forma contínua e educativa.
E dessa forma, promover a representatividade negra ao longo do ano, e não apenas em datas específicas como o Dia da Consciência Negra.
O que é representatividade negra e qual sua importância?
Primeiramente, é preciso entender que a representatividade negra se refere à visibilidade e à valorização das pessoas negras. E isso quer dizer, em diferentes espaços, incluindo a literatura, o cinema, a escola e demais áreas da sociedade.
Essa representação é fundamental para que todos possam se reconhecer positivamente. Seja em personagens, histórias e figuras públicas que compartilhem traços semelhantes aos seus, promovendo autoestima e pertencimento.
É possível sim trabalhar a identidade afrodescendente no imaginário infantil e isso através do modo lúdico.
Até mesmo através de projetos que enaltecem a valorização das etnias e a diversidade racial dos próprios alunos. Afinal, essa abordagem reforça a autoestima da criança a partir da valorização de seus antepassados, de sua cultura e de sua cor.
Por isso, a diversidade e discriminação devem ser trabalhados durante o ano todo. Não deixe de falar sobre isso somente em uma semana temática como a do Dia da Consciência Negra, ok?
Além disso, a representatividade negra em materiais didáticos e culturais ajuda a combater estereótipos e preconceitos. E nesse sentido, cria uma cultura de respeito e igualdade desde a infância.
Agora que entendemos a importância da representatividade negra, que tal explorarmos algumas opções de leitura para trabalhar esse tema com seus alunos?
A seguir, apresentamos uma seleção de 20 livros que vão enriquecer a vivência escolar. Acompanhe e contribua para uma educação mais inclusiva e diversa.
20 livros para desenvolver a representatividade negra na escola
1) “Menina Bonita do Laço de Fita”, de Ana Maria Machado
Um clássico da literatura infantil! O livro teve sua primeira publicação em 1986 e até hoje é muito usado para atividades pedagógicas de conscientização racial.
Apesar de antiga, a história continua extremamente relevante, enaltecendo a beleza negra de forma leve e lúdica.
2) “O cabelo de Lelê”, de Valéria Belém
O livro conta a história de uma menina que não aceita o seu cabelo crespo. Porém, tudo muda quando ela encontra um livro sobre países africanos e se vê representada em outras meninas de cabelo igualmente crespo.
Ao descobrir sua herança étnica, a personagem Lelê passa a se aceitar e a usar novos penteados. Afinal, agora ela sabe que é igual às meninas que viu no livro.
3) “Maju não vai à festa”, de Mônica Pimentel
A Maju é uma princesa que é convidada por outra princesa para uma festa. Mas existe uma condição cruel: tirar seus cachos.
Clarice, a outra princesa, é branca e possui cabelos lisos e exige que todos de seu reino tenham cabelos iguais aos seus. Porém, Maju se recusa a ir à festa por entender que o seu cabelo também precisa ser aceito! Tocante não é mesmo?
4) “Que cor é a minha cor?”, de Martha Rodrigues
O livro celebra a miscigenação do povo brasileiro e as diferentes cores de pele que surgiram com isso.
Na história, uma menina procura cores na natureza que parecem com a sua. É nessa busca então que ela percebe a vantagem da riqueza das diferentes cores, inclusive a sua!
5) “Um colo para Aiazinha”, de Salizete Soares
O livro se passa na época da escravidão e conta sobre uma escrava que era babá. A criança que cuidava na casa que servia era apelidada de Aiazinha.
Nesse contexto, a história mostra a relação das duas, gerando reflexões sobre a cultura africana. E mais do que isso, sobre a troca entre a Aiazinha e sua babá.
6) “A Cor de Coraline”, de Alexandre Rampazo
A personagem Coraline ouve de seu colega Pedrinho uma pergunta difícil: me empresta o lápis cor de pele? Assim, começa as indagações da menina sobre qual seria a cor da pele.
Seria então, a sua cor, um não cor de pele? Além da cor negra, uma boa reflexão que o livro traz é sobre as outras possibilidades de representação das mais diferentes etnias.
O livro foi finalista do Prêmio Jabuti 2018 na categoria Infantil e Juvenil.
7) “Flávia e o Bolo de Chocolate”, de Miriam Leitão
O livro se passa em meio às questões da personagem de Flávia sobre a sua pele negra. Isso porque ela percebe que é tão diferente da cor branca da pele de sua mãe.
A história aborda temas delicados como adoção e questões raciais de forma sensível e lúdica para os pequenos.
8) “As Tranças de Bintou”, de Sylviane Anna Diouf
A menina Bintou sonha em ter tranças iguais a de sua irmã mais velha. Entretanto, pelo costume do seu povo, ela não pode.
O livro é todo ambientado por costumes, tradições e paisagens de origem africana. Sendo assim, seu enredo é mais que propício para trabalhar essa cultura em sala de aula.
9) “O Amigo do Rei”, de Ruth Rocha
O livro retrata a inclusão em um momento em que não havia – a época da escravidão.
Na história, um menino que se tornaria rei e um menino nascido escravo vivem uma amizade “proibida”. Nela mostram como as diferenças raciais são construídas com o tempo pela sociedade que se vive.
10) “Bruna e a Galinha da Angola”, de Gercilga d’ Almeida
O conto é baseado em uma lenda africana que usa como símbolo a galinha da Angola. Esse animal serve para contar a história de como a Terra foi criada.
Essa obra é uma ótima oportunidade para compartilhar contos que trabalham a ancestralidade. E além disso, a importância de respeitar as tradições, as diferenças e a cultura do continente africano.
11) “O Menino Nito”, de Sonia Rosa
A autora é conhecida por diversos títulos com a temática da representatividade racial. Neste livro, por exemplo, ela traz a questão sobre meninos poderem chorar ou não.
Essas são boas questões para trabalhar os sentimentos dos alunos meninos desde pequenos. O que, aliás, ajuda na autoconfiança na hora do aprendizado em sala de aula.
12) “Amoras”, de Emicida
A música escrita pelo cantor Emicida virou livro e obra. O livro conta então com uma versão animada que reproduz um diálogo que o artista teve com sua primeira filha.
A pequena está olhando uma amoreira com o pai, quando ele fala sobre a beleza das amoras. A partir disso, a menina se reconhece e assimila sua própria identidade.
13) “Pretinha De Neve e os Sete Gigantes”, de Rubem Filho
Neste livro, o autor reinterpreta o conto de fadas Branca de Neve e os Sete Anões e o transporta para o continente africano. Para isso, adapta os elementos do conto aos hábitos e costumes da região.
Além disso, a história passa por outros contos de fada, apresentando elementos característicos desses textos, Alguns exemplos são: o capuz de Chapeuzinho Vermelho, a casa dos Três Ursos de Cachinhos Dourados
14) “Meninas Negras”, de Madu Costa
Com uma pegada bem lúdica, este livro retrata o imaginário de três meninas, Mariana, Dandara e Luanda. Nesse contexto, conhecemos sua imaginação sobre as paisagens dos países africanos.
O livro relaciona a identidade das meninas com sua ancestralidade.
15) “O Pente Penteia”, por Olegário Alfredo
O livro usa um ditado antigo e discriminatório para enaltecer todos os diferentes tipos de cabelos e texturas.
É uma ótima chance para rever conceitos e pequenas falas que ainda costumamos ouvir no dia a dia.
16) “Mulheres Negras que Mudaram o Mundo“, de Julia Adams e Claire Philip
O livro conta histórias inspiradoras de mulheres negras que revolucionaram o mundo em diversas áreas, como arte, ciência, esporte e política.
Além disso, apresenta trajetórias que mostram como coragem e determinação podem superar barreiras, ou seja, abrir novos caminhos.
Nesse contexto, a obra apresenta figuras mundialmente conhecidas e também nomes menos celebrados. E faz insso enquanto mostra que é possível deixar um legado extraordinário, e que com esforço e persistência, todos podemos fazer a diferença.
17) “Meu crespo é de rainha”, de Bell Hooks
Assim como na obra anterior, este livro, consegue brilhantemente exaltar a história e cabelo afro. E para isso, mostra às crianças que características como o cabelo crespo são verdadeiras coroas.
Bem como outros materiais dela, o livro inspira orgulho na herança cultural, incentivando os pequenos a apreciarem suas características únicas.
Além disso, é um incentivo para desenvolver a auto aceitação desde a infância.
18) “O pequeno Príncipe Preto”, de Rodrigo França
Esta adaptação do clássico “O Pequeno Príncipe” traz reflexões sobre autoestima e aceitação racial. E é por isso que a obra ganha ainda mais força porque resgata elementos da cultura africana de forma lúdica e sensível.
O livro aborda temas de autoconhecimento e a importância da valorização da ancestralidade.
19) “As bonecas negras de Lara”, de Aparecida de Jesus Ferreira
Lara, uma menina negra, encontra nas suas bonecas a representação que sempre buscou e que muitas vezes não viu ao seu redor.
É assim, que o livro aborda com leveza e profundidade a importância de cada criança ver sua identidade refletida em seus brinquedos. E do mesmo modo, incentiva um ambiente inclusivo e ajuda na construção de autoestima.
20) “Frizzy”, de Claribel A. Ortega
Frizzy, vencedor dos prêmios Pura Belpré e Eisner, é uma graphic novel inspiradora sobre amor, família e autoaceitação.
Em resumo, acompanhamos Marlene, uma menina que desafia padrões de beleza ao aprender a valorizar seus cachos com o apoio da tia Ruby e também de sua melhor amiga, Camilla.
Com uma abordagem sensível, a obra explora temas como colorismo e padrões tóxicos. E assim, traz uma mensagem emocionante sobre amor-próprio e autoexpressão.
E você? Qual livro costuma usar para abordar a questão da representatividade negra em sala de aula?
Rosa Maria Barbosa Garcia
24/novembro/2019 @ 18:37
Gostei muito das dicas literárias.
Obrigada!
Antonia Elda de Sousa
18/novembro/2019 @ 22:35
Vamos promover, valorizar e espalhar . sou negra e amo essas leituras.
20 de novembro dia da consciência negra.